2015-11-06


UMA PERGUNTA SIMPLES...PARA ALGUNS ARAUTOS DA "VERDADE"!

Foto de A. Bondoso.


ONDE ESTAVAM NAS HORAS DIFÍCEIS?

         Sobretudo tendo em conta que a “verdade” nunca deixa de ser relativa, o meu compromisso será sempre com a Justiça! E esta conduz inevitavelmente ao que é verdadeiro e verdadeiramente livre. E ser livre é incontestavelmente poder optar, sem hipotecar a opção a qualquer instrumento limitador da liberdade de pensar e de agir…com justiça!
         E nessa medida, direi que ser justo é ser solidário no caminho da procura do bem comum. Sabendo que, ser justo, é estar ao lado de quem sofre, é então aí que deve afirmar-se o compromisso.
         Assim, pode sempre perguntar-se onde estavam os mentores de um tão recentemente propalado compromisso, quando a pobreza se foi multiplicando nos últimos quatro anos? Onde estavam esses seguidores do compromisso agora badalado, quando milhares e milhares de pessoas deixaram de poder pagar a renda ao senhorio ou a prestação da casa ao banco? Onde estavam “esses”, quando as filas para a “sopa dos pobres” iam dobrando cada vez mais esquinas de tantos quarteirões das cidades deste país? Onde estavam “esses”, quando tantos milhares de pessoas ficavam à porta das farmácias a decidir (?) qual dos medicamentos da receita médica poderiam aviar nesse dia? Onde estavam os “novos comprometidos”, quando milhões de reformados e de pensionistas viram cortada a sua condição presente, anulando qualquer sonho de futuro? Onde estavam esses novos comprometidos, quando milhares de pais e de avós viram filhos e netos partir para longe em busca do conforto que os “donos disto tudo” lhes foram negando dia após dia? Onde estavam esses, quando o suicídio passou a fazer parte comum do quotidiano deste país sem um Estado de bem? Onde estavam, quando outros milhares de cidadãos deixaram de poder usufruir do sono dos justos, sendo obrigados a recorrer a medicamentos psicotrópicos?
         Onde estavam as vozes – agora muito ouvidas – quando a arrogância, a prepotência, a indiferença, a incompetência do governo ultraliberal, a caminho de uma nova ideologia nazi-fascista (muito em voga na atual União Europeia), nos dizia diariamente que o sacrifício tinha em conta os superiores interesses do país? O interesse da alta finança pode confundir-se alguma vez com o interesse da maioria das pessoas? É que, no final, o que aqui importa é o superior interesse das pessoas carentes de Justiça!
António Bondoso
Jornalista 


António Bondoso
Novembro de 2015

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