2016-07-21

HÁ BODAS DE FLORES E FRUTAS... 
Ou a memória feliz de um momento único. 

Foto Luminosidades

Há quatro anos dissemos-lhes com simplicidade e com frontalidade que “o vosso bem-estar, a vossa felicidade, as dúvidas, as angústias, as alegrias e as preocupações do dia-a-dia serão também nossas – podem estar certos! Não de uma forma identificada geralmente como de pais corujas (e aborrecidos...ou melgas…) mas numa atitude de abertura para conversar como AMIGOS E COMPANHEIROS de jornada.”
         Hoje acrescentamos a estima pela caminhada e a alegria de assinalar as chamadas Bodas de Flores e Frutas: flores, pelo significado da beleza e pelos cuidados de uma relação – bodas delicadas como é costume dizer-se; e frutas, pelo significado de vitalidade.
         Como então, volto hoje a dedicar-lhes estas palavras de sonho, de esperança e de afetos:
                                          A ELES DOIS                                            
Todas as vidas alcançam um sentido consistente.
A paz...quando se fixa o horizonte
O amor...quando se salta a montanha
A felicidade...quando se acorda de um sonho
E a música se mistura com imagens
Afectos doces de uma realidade serena.
Uma vida...e outra vida
De muito vento mar imenso
E o azul infinito do céu.

Pormenor do original
António Bondoso
Jornalista
Julho 2016

2016-07-17

S. TOMÉ E PRÍNCIPE EM DIA DE ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

É meu uso e costume acompanhar – ou pelo menos prestar alguma atenção – ao que se passa em S. Tomé e Príncipe. Desde sempre e por motivos diversos…e os amigos mais chegados sabem bem do que eu estou a falar. Apesar da distância, embora esse fator possa condicionar alguns pontos de vista. 


Não me movem questões partidárias, como é evidente. Mas a Política, enquanto parte essencial das movimentações sociais, económicas e culturais, é um tema a que não posso fugir.
Apesar de falar com amigos afetos aos mais diversos quadrantes, apesar de ler e tentar perceber o que vai passando nas redes sociais, tenho por feitio abordar qualquer temática por um prisma que envolva as pessoas e a cultura.
A São Lima, que eu conheci como jovem e perspicaz jornalista e que rápida mas seguramente caminhou para o patamar de uma grande senhora das letras, distinguindo-se como Poetisa, desafiou em tempos os conterrâneos a ousar despedir o estigma do medo e dos preconceitos que ameaçam tolher-nos as asas e a repensar no nosso modo de olhar e de nos olharmos, sem jamais nos renegarmos, porque somos. Quanto mais cedo os são-tomenses forem por aí, melhor. Mas o caso é que tudo vai caminhando devagar, devagarinho. Há muita impaciência, claro, e isso nota-se no dia a dia.
Outro companheiro de profissão e homem da cultura igualmente é o Frederico Gustavo dos Anjos. Muitas vezes tem sido ele a esclarecer-me sobre os olhares que vão condicionando a perceção sobre o que se passa no país. E agora, mais uma vez, não foi exceção. Coloquei-lhe algumas breves questões e ele, apesar da desilusão que o consome, não se furtou a responder:
***** Na tua opinião, o que se poderá considerar verdadeiramente como NOVIDADE nestas eleições Presidenciais (para além do facto de haver uma mulher candidata e da recandidatura de Pinto da Costa)? 
FGA ==== Opinião muito íntima:
1- A campanha começou há muito tempo; com órgãos de comunicação social "intimidados" ao serviço da propaganda do Governo e do partido que o sustenta; com a administração pública "amedrontada" por ameaças de despedimento.
2- Sobre os acontecimentos dos últimos 15 dias: tudo em torno da necessidade de estabilidade. Mas para o ADI só haverá estabilidade com o seu candidato porque os outros seriam ameaça à continuação do actual Governo. (Se entendes isso seria a "novidade").

***** Uma Campanha pode ser ESCLARECEDORA com ausência de debates?
Nenhuma Instituição "independente" (como a Universidade Lusíada, por 
ex), foi capaz de promover um debate?
A ausência da Rádio e da TV (Públicas) ter-se-á devido apenas à falta de 
meios operacionais? Ou não houve vontade e capacidade?
FGA ====
3- De resto fomos assistindo na comunicação social ao cortejo de realizações (?) do Governo que supostamente precisam ter continuidade. (Nesse quadro não lhes interessava que houvesse qualquer debate).
***** Houve sondagens regulares? Ou apenas se pôde ver a mobilização de rua nos comícios? E houve "ELEVAÇÃO" no discurso político?
FGA ====
4-O candidato do ADI ficou ofuscado ao longo de toda a campanha pela presença do Chefe do Governo que se comportou como se fosse ele o candidato. (Pessoalmente não esperava outro espectáculo!).

*****O que pode esperar o país destas eleições? Mais INSTABILIDADE? 
FGA ====
5-Os que querem o poder a qualquer preço andam a investir muito dinheiro (segundo consta!) e a fazer muitas promessas
.6-Pessoalmente não votaria neles sob nenhuma condição!
7-Esperemos para ver o que acontece no domingo.

***** Vamos esperar para ver. Sem medos, sem preconceitos, sem estigmas. E que a escolha seja livre! E possa fazer sentido no que respeita ao futuro. Já não faltam muitas horas para sabermos. Um bom domingo para todos os são-tomenses, em democracia!
António Bondoso
Jornalista
17 de Julho de 2016.  

Safú
E enquanto não sabemos o resultado da votação, é muito natural que haja um certo impasse. Por isso vos revelo hoje um poema inédito:

IMPASSE SUBTIL….

Se adormeço
Não estou vivo
Se apareço
Não consigo
Decidir se vale a pena
Permanecer neste impasse.

E com tanta indecisão
Voltamos sempre ao começo:
Eu sou, estou mas não quero
Sonhar sonhos impossíveis
E nem sequer reconheço
Que tudo seria simples
Por muito que me custasse.

Pareço estar entorpecido
Subtilmente adormecido.
==== António Bondoso
Maio 2015. 


Fruta-pão 
António Bondoso
Jornalista

2016-07-12

A TODOS OS “ÉDERS” “PEPES” E “PATRÍCIOS” DESTE MUNDO…

Foto da Web...para Interpretar como Quiserem.

A TODOS OS “ÉDERS” “PEPES” E “PATRÍCIOS” DESTE MUNDO…
…Ou de como tantos disparates lidos e ouvidos durante este campeonato europeu de futebol mostram que o “preconceito” continua a ser filho do egocentrismo e da ignorância e afilhado da pobreza: física e mental.

Vivi em S. Tomé e Príncipe 21 anos da minha existência, lá cresci e me fiz homem, brinquei, estudei e trabalhei com amigos de todas as etnias e origens. Tenho bem presente que nunca me referi a qualquer deles tratando-os ou distinguindo-os pela cor da pele. Sempre tratei cada um pelo seu nome próprio…apenas constituindo exceção, pela maior convivência diária, o tratamento por alguma “alcunha” de marca. Não me surpreende que esta questão continue a estar na ordem do dia das sociedades, sabendo sobretudo como este mundo é cada vez mais desigual, fruto de circunstâncias que os comuns mortais são incapazes de contornar – designadamente de uma “globalização” desumanizada que gera pobreza, alienação e analfabetismo.  
Entristece-me. Muito. Independentemente das causas e das motivações, pois há mais “emoção” do que “razão” nestes debates, particularmente os das redes sociais. Cultura e Instrução precisam-se.
Em Abril deste ano escrevi um texto que agora não prescindo de partilhar. E diz assim:
“RACISMO”

«Falta de instrução valoriza o preconceito.
Falta de educação potencia o preconceito.
Falta de cultura justificará sempre o preconceito.
Falta de tolerância agravará eternamente a evidência do preconceito.
Falta de caráter aumenta o risco de preconceito.
Falta de princípios alimenta o preconceito.
A pobreza marginaliza e o preconceito estará sempre para além da raça.
O estrangeiro, o que é diferente, não pode ser entendido como ameaça.
Eu e o outro podemos sempre beber da mesma taça.»

Entretanto, não resisto igualmente a convidar-vos a ler um excelente artigo sobre esta temática. A reflexão séria indica sempre caminhos.
         Obrigado por me terem dado um pouco de atenção e pela paciência e disponibilidade para a leitura.
Julho de 2016
António Bondoso
Jornalista


2016-07-10


MAIS DO QUE UM JOGO DE FUTEBOL...OU DE COMO O FUTEBOL É UMA ARTE!
Vai ser o Europeu do bate, bate...bate e foge como na tática de guerrilha. 

Fotos da Web

O FUTEBOL É UMA ARTE

O futebol é uma arte da qual
Nem todas as ciências fazem parte.

Das exatas bem se vê
Pois de muitas outras há sinais
Como a tática e a física
Também a espiritual
E outras tantas bem empíricas
Sejam formais ou naturais
Dizem que até sociais.

Da geografia à política
Da história à astronomia
Tem a estratégia um lugar
Definido a bom preceito.
Mas é da mente e da sorte
Que salta a alma do peito
Quando o golo acontece e a razão
Cede o lugar à paixão!

O futebol é mesmo uma arte…
E todo o resto é à parte!
===António Bondoso.



Foto C95
António Bondoso
Jornalista
Julho de 2016.

2016-07-09


ANTES QUE SEJA TARDE...OU COMO VALORIZAR O QUE JÁ GANHÁMOS NESTE EUROPEU DE FUTEBOL

Foto da Web


ANTES QUE SEJA TARDE.

Aconteça seja o que for no jogo da final do Euro, em Paris, Portugal e os portugueses já ganharam muito neste verão de 2016. Para além do orgulho de participar num momento decisivo – neste caso a ver com o futebol – os selecionados, pelo seu comportamento vitorioso [mesmo reconhecendo que o futebol praticado não foi espetacular], deram a conhecer ao país uma diáspora ímpar. Particularmente a de França…mas não só. Permitiram, por outro lado, ficarmos a conhecer manifestações de carinho e de apoio um pouco por todo o espaço lusófono, não podendo esquecer as imagens que nos chegaram de Timor-Leste. É caso para ter a autoestima em alta. E a Fé. E a Esperança. E a Crença. Um ganho acrescido, tendo particularmente em atenção as angústias, as frustrações, o desespero, o desânimo, as humilhações a que temos vindo a ser sujeitos nos últimos anos.
Por isso, devemos assistir ao jogo com a máxima tranquilidade – independentemente de não abdicarmos da nossa tradicional energia latina – aceitando o resultado, qualquer que ele seja, e sem pretender ter a tentação de responder às provocações de alguns atávicos, incultos e chauvinistas de outros países, pois esses ataques não têm tido origem apenas na França. Deve prevalecer a nossa matriz multicultural que, sobretudo hoje, nos coloca numa elevada consideração em todo o mundo. E depois, há que ter sempre presente que o futebol não é uma ciência exata, existindo uma série de imponderáveis que conduzem a um de três resultados possíveis. Portanto, sabendo e aceitando as condicionantes do fenómeno, devemos manifestar serenidade, cordialidade e respeito, independentemente de não dispensarmos os gritos de apoio aos jogadores portugueses ou o nosso protesto sobre uma decisão do árbitro. E creio mesmo que devemos até festejar o simples facto de termos participado na final do torneio.
Escrevo isto, antes que seja tarde.
Sem pretender calar a euforia e a alegria que envolvem uma final [confesso não ter qualquer bandeira pendurada na janela, pois o meu apoio vai muito para além disso], quero apenas significar que, a esse estado de alma, não poderá seguir-se a desilusão, não poderemos entrar em depressão se o resultado for negativo. Tem acontecido inúmeras vezes, é certo. A verificar-se de novo, não será a última seguramente. Por isso, e antes que seja tarde, mantenhamos a autoestima em alta. Independentemente do resultado do jogo, independentemente da saída do Reino Unido da UE, independentemente de haver sanções dessa mesma UE ao nosso país. A construção da UE tem sido referida como um exemplo no concerto das nações, mas seguramente não é esse o sentimento que hoje prevalece no relacionamento entre os dirigentes tecnocratas de Bruxelas e os povos dos Estados-Membros.
Antes que seja tarde – força Portugal!
Antes que seja tarde – viva Portugal!
Já ganhámos muito. Ainda temos muito para ganhar!
António Bondoso

Foto de António Bondoso
António Bondoso
Jornalista
Julho de 2016.