2020-05-31


ESCREVER É LUTAR…ou de como, quem pensa e escreve, nunca poderá deixar de escrever. 


Escrever é fácil – diz Pablo Neruda. «Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio coloca as ideias». Não me atrevo a comentar, claro, mas dá-se o caso de haver exemplos de exceção. Como o de José Saramago…o escritor que brinca com a pontuação. Pensa ele que "Não há formação para se ser escritor. Passe por onde passe, o escritor é sempre um autodidacta. Quando se senta pela primeira vez e escreve as primeiras palavras, não lhe serve de muito ter andado na universidade, ou na outra, a que chamamos universidade da vida. Serve, mas não é por isso que escreve. Saramago dirá noutra ocasião que “escrever é lutar”!
E é sobretudo com este espírito que hoje vos deixo, farto do que chamam a treta da verdade desportiva, imensamente incomodado com a iliteracia, arrasado com a ideia feita de que o racismo se move apenas numa direção e com um único propósito. Cansado de desculpas esfarrapadas, arrasado com as «tiradas» demagógicas, esmagado com os roubos da alta finança, aparvalhado com os carreiristas à solta, zangado com a incompetência dos média e com a irresponsabilidade de muitos profissionais…apesar de tudo isso continuo a pensar e a escrever o que penso.
Que haja uma luz para alumiar as consciências.
Por hoje, ponto final parágrafo.



António Bondoso
31 de Maio de 2020. 

2020-05-29


De maio a maio corre o tempo.


Andam dias e semanas, voam meses voam anos, viajam minutos nas horas em ritmo de foguetão, passam figuras de proa bem junto do meu portão e não dizem que é perdido todo o tempo deste mundo.
Ganha-se e perde-se na corrida desta vida, borboletas elegantes em maratonas de flores transpiradas, esforço permanente das abelhas construtoras, cadenciado, de coração e sentimento estendido. Mas numa nave espacial o tempo parece suspenso. Talvez seja o tempo certo do tempo. Ou o tempo de uma criança pleno de imaginação, criativo quanto baste em tantas viagens no tempo.
O tempo salta como uma lebre, mais alto e mais longe, assim como no triplo salto do tempo no atletismo. O tempo ajusta-se aos capazes e impõe-se aos idiotas.
Que tempo este que vai passando por nós!



António Bondoso                                                                                     
Maio de 2020.   

2020-05-25


Salve 25 de Maio. Que venham dias bons para África! 




África. É o terceiro maior continente e o segundo mais populoso. Tem 55 países – sem contarmos com a República Árabe Saarauí Democrática, reconhecida por apenas 46 dos 193 países da ONU – e dizem ser o berço da humanidade. As suas imensas riquezas despertam, e despertaram ao longo de séculos, o interesse das grandes potências. Primeiro as europeias mas hoje sobretudo a China, a Índia e a Rússia e o Japão.
Entre o seu próprio e nada pacífico processo de arranjo interno, a expansão, o trágico e violento colonialismo, a trágica descolonização e as independências – muitas delas apressadas…vai um rio de séculos que desagua na constituição da OUA em Adis Abeba, em 1963, e na UA em 2002, com a Declaração de Sirte – na Líbia. O Dia de África, reconhecido pela ONU em 1972, celebra-se a 25 de Maio, dia em que foi criada a OUA no meio de um cenário de «guerra-fria» que dividia os países entre moderados (o grupo de Brazaville liderado por Senghor) e neutralistas ou de rutura com as antigas metrópoles (o grupo de Casablanca fortemente marcado por Nkrumah). À divisão entre os «Blocos» Ocidental e de Leste, depois da II Guerra Mundial, viria a ser acrescentado o Movimento dos Não Alinhados, nascido em Bandung, em 1955.
No meio deste turbilhão do relacionamento Internacional, a criação da OUA viu-se confrontada com a premência de resolver, no imediato, os problemas da «crise» no Congo e a «guerra» na Argélia. Convenhamos que o panorama não era propriamente animador. Mas…o caminho faz-se caminhando! E caminhou-se bastante. Já lá vão quase seis décadas desde o aparecimento da OUA, cinco delas praticamente em período de pós independências.
De tudo isto se falou um pouco numa aula aberta da Universidade Sénior Rotários de Matosinhos, ao início da tarde deste Dia de África. E cumprimentámo-nos em Kimbundo – uma das 2.092 línguas faladas no continente acrescidas de 8 mil dialetos: - MWANYO NGANA, um sonoro «boa tarde» a ecoar online e a dispor bem os intervenientes que saúdo de novo com muito respeito.
E falámos ainda das preocupações que nos apresenta este tempo e de um futuro desafiante. Por exemplo, dessa chamada de atenção de uma carta aberta de 27 líderes mundiais, patrocinada pela Fundação Kofi Anan, na qual se alerta para os perigos que rondam muitos dos países democráticos africanos a coberto da pandemia Covid-19. O título da «carta» é exatamente esse: “Democracy must not become the silent victim of the coronavírus pandemic”.
Um outro desafio que se coloca é a pobreza maior que se anuncia, sabendo-se que as perdas da economia africana, calculadas pela ONU, devem situar-se nos 100 mil milhões de dólares. Uma das saídas apontadas é o aumento da autossuficiência, sendo fundamental recorrer-se ao incremento do comércio interno – pois não é expectável colocar em equação apenas as ajudas externas em tempo de crise global. Por outro lado, é certo que as três maiores economias do continente – Nigéria, Egito e África do Sul – não poderão ser a única tábua de salvação.
NKOSI SIKELELE iÁFRICA – Senhor abençoai a África – na língua Xshosa de Nelson Mandela.
Que venham dias bons para África!
António Bondoso
25 de Maio de 2020.

2020-05-22


Autor. Como diz o «dicionário»: 1- escritor; 2 – criador de algo; 3 – responsável por um ato. Autor, portanto, não se refere exclusivamente a escritores. O «criador», sim, será sempre um (o) autor. Comum aos três exemplos…a responsabilidade. E como eu gostaria que a responsabilidade fosse, de facto, intrinsecamente comum. Infelizmente sabemos que não é. Contudo…e aproveitando a onda das consequências deste tempo conturbado e perturbador, faz sempre bem uma reflexão. E assim, dou valor ao inquérito que hoje se inicia a propósito do jornalismo. 


Cartaz da Editora "Edições Esgotadas"

Segundo um e-mail que me foi enviado pela CCPJ…«Há perguntas que, por vezes, nos esquecemos de fazer quando todos os dias procuramos notícias sobre o Coronavírus e os efeitos económicos e sociais do estado de emergência. Quais os efeitos da crise sobre os profissionais que todos os dias têm por função recolher e tratar a informação? E que efeitos isso poderá ter na qualidade das notícias que recebemos?
Para ajudar a responder a estas questões, a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), o Sindicato dos Jornalistas (SJ)  e a Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (Sopcom), juntamente com os centros de investigação das Universidades de Coimbra, de Lisboa e do Minho estão a lançar um inquérito dirigido a todos os detentores de título profissional de jornalista, a decorrer a partir de hoje e até 8 de junho.
A resposta a este inquérito deverá permitir obter um retrato socioprofissional dos jornalistas, analisar os efeitos da Declaração do Estado de Emergência na sua situação laboral e perceber que questões ético-deontológicas os profissionais do jornalismo identificaram como problemáticas no contexto da cobertura crise sanitária.
Este estudo é importante para fazer o retrato da situação atual dos jornalistas. Pretende-se reunir informação útil e rigorosa para instruir eventuais políticas e estratégias públicas de intervenção no setor, tanto em matérias de natureza laboral como de promoção da qualidade da informação».



É interessante, mas parece-me que as entidades referidas poderiam ir um pouco mais longe no sentido de saber qual, onde e como os ditos «profissionais» absorveram a sua formação. O debate subsequente seria certamente mais enriquecedor.
         Por outro lado, voltando ao autor e à sua obra, recordo um excerto de um pequeno texto que escrevi em 2014 – estávamos em tempo de outra crise, era um espaço de atuação da «Troika»:
«Escrever faz bem à saúde é melhor do que a dieta contorna a depressão e não engorda nem sequer conduz à beira do abismo como infelizmente vamos sendo confrontados particularmente em tempos de crise quando há pais que não se alimentam e muito menos podem cuidar dos filhos a não ser que estes ainda tenham acesso às sobreviventes cantinas escolares uma das situações agravadas com a política de cortes cegos desenvolvida por um desgoverno incapaz e patrocinada por uma troika que apenas responde aos donos do dinheiro senhores da alta finança relegando o primado da política para segundo plano e por tudo isto é que eu escrevo pois denunciar os males da sociedade em que vivemos – quando acontece termos vontade de viver – é fundamental é um direito de cidadania é um dever de participar na vida coletiva é um ato de coragem perante a adversidade que nos atinge todos os dias e faço agora um ponto final para poder respirar…».
António Bondoso 
Maio de 2020.    

2020-05-09


Esta UE – União Europeia – chega sempre atrasada às grandes decisões. Ainda não morreu mas parece ir na direção do precipício. Doente, quase prostrada, não consegue arranjar a vacina para debelar o mal, preferindo antes o egoísmo de alguns em prejuízo do todo. 

Das ideias de Schuman e mais tarde de Jacques Delors, desapareceu o essencial – o esforço solidário para consolidar a paz. Não foi dignificante o que se permitiu na última crise financeira relativamente à Grécia, à Itália e a Portugal. Os agiotas do Norte contra os pobres do Sul. E agora, em tempo de pandemia, o vírus vai consumindo ideais. Até o símbolo do cartaz para assinalar os 70 anos da Declaração Schuman se pode prestar a sorrisos amarelos: a posição das mãos, em vez de apertadas em sinal de regozijo, mais deveriam parecer as de Pilatos, a lavá-las de acordo com as diretrizes da OMS.

Como se pode assinalar o «Dia da Europa» com tanta incerteza, com hesitações permanentes, com divisões perniciosas, com falta de liderança, sem visão estratégica? Quando nasceu, a seis, a ideia fundamental e urgente era a paz, como lembrei. Depois o desenvolvimento. Mais tarde a liberdade, a tolerância, a solidariedade e o Estado de direito. Agora, a 27 e com o Ato Único ferido nas asas, alguns destes pressupostos desapareceram ou estão em vias de. Melhor fora eliminarem as estrelas da bandeira da União e passar a utilizar apenas uma outra com o símbolo do Euro. Talvez e apesar de tudo – como diz Maria João Rodrigues – a Europa ainda seja possível. Mesmo que seja seguindo a pista dos cafés de Steiner, como recordei há uns anos:
        «A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. […] Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da ‘ideia de Europa’»
GEORGE STEINER, 2005.
Se esta ideia de Steiner fosse a única – e determinante – não haveria dúvidas de que Portugal se encontraria na primeira linha da construção europeia. Temos, de facto, uma cultura de “cafés”, quer seja numa grande cidade, quer seja na mais recôndita aldeia do interior. Mas só isso não basta. Todo o processo foi e é muito mais complexo e para o qual o povo não foi consultado. O que, em boa verdade, agora já não importa. Decisivo, seria ter, apresentar, defender e liderar uma visão estratégica de futuro. Que também passa por uma cidadania percebida e assumida…e sobretudo ouvida! Valha-nos o Parlamento Europeu, onde reside a legitimidade. E o cartaz é elucidativo.
António Bondoso                                                                     
9 Maio 2020. 



2020-05-05


LÍNGUA PORTUGUESA É MESTIÇA E TRANSPORTA VALORES...ou de como, velha de séculos, conseguiu impor-se no concerto das nações, sendo hoje reconhecida pela UNESCO que, em Novembro de 2019, ratificou em Paris o dia 5 de Maio como o seu Dia Mundial. Celebramo-lo este ano pela primeira vez, facto que merece uma nota particular para lembrar – como diz Adriano Moreira – que «a língua não é nossa. Também é nossa»! Exatamente porque ela se expandiu, chegou a ser «franca» no Oriente, mas também pela razão de ter recebido muito de línguas de outros povos com que nos fomos cruzando.
Por isso, a língua portuguesa é hoje ensinada em cada vez mais países, é falada oficialmente em nove e em quatro continentes e é talvez a quarta mais utilizada no espaço da Internet. É, ainda, a língua oficial de 260 milhões de pessoas e a mais falada no hemisfério Sul. 


No meu livro LUSOFONIA E CPLP – DESAFIOS NA GLOBALIZAÇÃO[1], Adriano Moreira diz que «a língua nunca é neutra, nunca é um instrumento neutro, seja ela qual for. A língua transporta valores. Simplesmente acontece que a língua portuguesa, a meu ver, tem mistura de etnias. Também é mestiça”!
Neste aspeto da irradiação global, quero também destacar o Professor Joel Mata, nas suas “Lições de História da Cultura Portuguesa”, quando escreve que «…nos podemos orgulhar de ver, por exemplo, Camões traduzido nas diversas línguas europeias mas também em chinês e em japonês». E Joel Mata destaca ainda o «desafio» de Jorge Borges de Macedo, sobre a cultura portuguesa, dizendo ser imperativo refletir sobre a situação da Lusofonia «oficial», mas também ser “preciso chegar às pequenas comunidades dispersas e perdidas nos confins de outras culturas, mas que, até agora, ainda não sufocaram definitivamente a influência portuguesa nos seus costumes e no seu vocabulário”. É o caso de Malaca, tenho repetido incessantemente.



[1] - Edições Esgotadas, 2013. 


Voltando ao meu livro sobre a Lusofonia e à mestiçagem considerada por Adriano Moreira, lembro esta língua tão mestiça e tão rica como a que José Craveirinha utilizou poeticamente na sua «Fraternidade das Palavras», em 1974:
O céu     
É uma m’benga
Onde todos os braços das mamanas
Repisam os bagos de estrelas.
Amigos:
As palavras mesmo estranhas
Se têm música verdadeira
Só precisam de quem as toque
Ao mesmo ritmo para serem
Todas irmãs.
E eis que num espasmo
De harmonia como todas as coisas
Palavras rongas e algarvias ganguissam
Neste satanhoco papel
E recombinam o poema.[1]



[1] - m’benga = pote de barro; mamanas = mulheres; ronga = dialeto mais meridional do grupo linguístico banto tsonga. É falado numa pequena área que inclui a cidade de Maputo; ganguissam = namoram; satanhoco = uma coisa que não presta.

        Por outro lado, será bom lembrar que – já em 2009 – um estudo do ISCTE, também citado nesse meu livro, dizia que o valor da língua portuguesa representava aproximadamente 17% do PIB. 

António Bondoso
5 de Maio de 2020


2020-05-02

A QUINTA VAGA…ou a urgência de uma Nova Ordem Internacional, solidária e justa, que responda ao apelo de Aldous Huxley à consciência dos homens – nesse “Admirável Mundo Novo” – num tempo em que se multiplicam as ameaças à humanidade.


E também podemos aprender com essa “Quinta Vaga” de Rick Yancey, de 2013, mesmo que não tenha muito a ver com a situação pandémica que o mundo hoje vive. Entre a ficção científica alienígena do livro – e posteriormente do filme – e este real vírus SARS COV 2, ainda não totalmente estudado, serão sempre exagerados os pontos de contacto que queiramos encontrar. Contudo, não podemos colocar à margem concretamente a «terceira vaga», que trata precisamente do tema da contaminação – aqui talvez se possa enquadrar esta pandemia da Covid-19 – e por fim a «quinta vaga» que tem a ver com a resistência dos humanos à invasão dos alienígenas. Numa comparação simplista, diremos que é a fase em que vamos entrar agora – quando a vida começar a ser retomada, aos poucos, depois de um longo e forçado confinamento que destruiu um dos mais fortes sinais da nossa sociabilidade, o convívio entre os seres humanos. Só que essa resistência se apresenta com armas diferentes das do livro e do filme. Em vez de armas lutamos com a ciência e pela ciência. Em busca de uma vacina tranquilizadora, à procura de um tratamento eficaz para a doença.
         Em qualquer caso, nada será como dantes e, ao contrário dos slogans propalados, não vai ficar tudo bem! Teremos que nos adaptar a novas atitudes na vida social, a novos tipos de comportamento no trabalho, e a um novo olhar para e sobre o «outro», sobre os outros. Sob pena de um enorme retrocesso no que respeita aos «direitos humanos». Há um terreno mais fértil para os avanços do racismo e da xenofobia, quando sabemos de problemas com Africanos na China e com muçulmanos na Índia, ao mesmo tempo que conhecemos casos de revolta social e laboral na Rússia, para além de uma atroz violência contra os presos nas cadeias do Equador. Em Portugal temos assistido a atos violentos em supermercados e em transportes públicos, e não será novidade por esse mundo fora o relato de casos de violência doméstica. Portanto, podemos dizer que – ou se cura a «doença» provocando uma rutura nas instituições da governança mundial, ou a «doença» acabará por arrastar a humanidade.
         Preenchendo este cenário, quase poderemos falar da urgência de uma Nova Ordem Internacional focada na justiça e na solidariedade…ou então assistiremos provavelmente ao início do «Fim da História». Não semelhante àquele que foi previsto e anunciado por Fukuyama há uns anos, mas ao fim das relações humanas tal como as conhecemos até há poucos meses.
         O capitalismo selvagem, encimado pelas grandes multinacionais e a coberto de instituições que deveriam ser justas e credíveis como o FMI e BM, não pode ter lugar nessa NOI, não pode continuar a ser gerador de pobreza e miséria, conduzindo – inevitavelmente – a novas pandemias. Esta, do SARS-COV-2, é apenas mais uma. Com um impacto rápido e violento. Mas continuamos a assistir a muitas outras que vão matando de forma brutal, embora lentamente. 


E essa Nova Ordem Internacional (que mencionei há dias numa atividade da Universidade Sénior Rotários de Matosinhos) deve conter uma urgente reforma da ONU, quer valorizando agências como a OMS, o PNUD e os Refugiados, quer reestruturando o Conselho de Segurança: eliminando o poder de veto e do duplo veto dos atuais «cinco», tal como admitindo novos membros – nomeadamente a África do Sul, a Alemanha, a Austrália, o Canadá e a Índia. Gostaria muito de incluir o Brasil, mas a atual deriva do país não o permite.
         Sabemos que as relações entre os Estados são movidas sobretudo por interesses, mas também sabemos que ninguém vive sozinho. O multilateralismo e o «Poder inteligente» são cada vez mais necessários. Como referiu há dias a antiga Secretária de Estado americana Madeleine Albright, é preciso mais cooperação e menos nacionalismo exacerbado. Uma globalização cooperante e humanizada.
         Esta deve ser a «Cruzada» dos nossos tempos, contra os agiotas dos mercados e dos donos do dinheiro. A favor das Pessoas!


António Bondoso
Maio de 2020.