2020-05-29


De maio a maio corre o tempo.


Andam dias e semanas, voam meses voam anos, viajam minutos nas horas em ritmo de foguetão, passam figuras de proa bem junto do meu portão e não dizem que é perdido todo o tempo deste mundo.
Ganha-se e perde-se na corrida desta vida, borboletas elegantes em maratonas de flores transpiradas, esforço permanente das abelhas construtoras, cadenciado, de coração e sentimento estendido. Mas numa nave espacial o tempo parece suspenso. Talvez seja o tempo certo do tempo. Ou o tempo de uma criança pleno de imaginação, criativo quanto baste em tantas viagens no tempo.
O tempo salta como uma lebre, mais alto e mais longe, assim como no triplo salto do tempo no atletismo. O tempo ajusta-se aos capazes e impõe-se aos idiotas.
Que tempo este que vai passando por nós!



António Bondoso                                                                                     
Maio de 2020.   

1 comentário:

AF disse...

Obrigada, António, questionar é próprio dos pensadores. Questionar o tempo é próprio de quem o ganha. Talvez seja este o"tempo certo do tempo"! Abraço.