2020-06-01


Mais uma vez, neste dia, deixai-me ser criança. Melhor dizendo, deixai-me ter os sonhos de criança. 


É com eles que valorizo a minha velhice, é com eles que me revejo nos filhos que tenho, é com eles que prossigo esperando no futuro. Só fará sentido, esse futuro, se houver crianças…e se cada criança puder sonhar para além da sua condição de ser criança.
Estou cansado, como o cavalo de uma história interminável. Então – disseram – se o cavalo está cansado deve ir para a cavalariça. E é lá que estou, nos sonhos da criança que ainda sou. Deitado na palha acolhedora, à espera do final do sonho e do conto.
É que, quando eu era criança, não sabia a liberdade para além da Serra da Nave. Mas ainda criança…pude sonhar e viver a liberdade para além do horizonte da Ilha Grande.
E quando tu eras criança, pudeste receber a alegria de uma herança universal. Que ela possa perdurar.



António Bondoso.
1 de Junho de 2020.

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