2010-09-29

UMA LEMBRANÇA...


ÁRVORES DA MINHA INFÂNCIA

Penso nas árvores da minha infância

Grandes de porte

Frondosas de sombra

Raízes rompendo esventrando o chão

Húmidas hastes rastejando em bruto.

As árvores da minha infância

(na sua maioria)

Parece terem hibernado

E depois acordado

De um sonho mal contado.

Robustas e morenas

Centenárias e serenas

Aspirando o Sol ,

Projectam a sombra nos passeios da Ilha

Protegem quem passa

E nunca repara

Nos gestos de carinho

Das folhas e flores,

Ramos enlaçados em velhos amores

Memórias salientes de veias curtidas

Tropeçando em mim

No peito dormidas

Sonhadas jardim

Infância suspensa!

AB. Em "Seios Ilhéus" - 2010.

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