ATÉ
OS MORTOS FALAM NA RÁDIO.
(Versão atualizada em 10 de Dezembro de
2014)
Foto do Arquivo de A. Bondoso
Iracema Torres e o filho Ricardo
As
más notícias não escolhem hora nem dia. Nem sequer a circunstância. E esta foi
marcante, sobretudo pela proximidade e pela cumplicidade de muitos anos.
Mais
ou menos contemporâneos na ex-EN, só nos viríamos a cruzar já em finais da
década de 70 do século passado, quando a Iracema Torres pediu a sua
transferência para a delegação da RDP no Porto. Natural de Paredes de Coura, a
Iracema havia concorrido aos quadros da ex-Emissora Nacional em Lisboa. Como
Secretária, função que sempre desempenhou com profissionalismo, competência e
sentido de responsabilidade.
No
Porto, exerceu a sua atividade na Redação – chegando a ter uma ação decisiva
nos objetivos do Secretariado e do Arquivo, em colaboração muito próxima com a
chefia da Redação. Era
ela talvez a única que percebia a minha escrita manual, quase “adivinhando” uma
palavra em falta.
Quando
fui “compulsivamente transferido” para a Secção Desportiva, num dos meus
“saneamentos”, a Iracema acompanhou-me, tal como quando me “obrigaram” a
assumir a responsabilidade pelo “Secretariado”, antes de – no início de 1994 –
ter partido para Macau.
Atravessou
um período difícil durante a minha ausência em Macau, mas passou a secretariar
o Chefe dos Serviços de Informação, aquando do meu regresso da missão de
serviço na TDM. Discreta e leal, Iracema Torres faleceu hoje no IPO do Porto
com 65 anos de idade, vítima de um cancro muito invasivo.
Foi
uma de nove irmãos – cinco ainda vivos – e deixa um filho, Ricardo, que vimos
crescer ali nas instalações da Cândido dos Reis e que hoje desempenha as
funções de técnico de som na Casa da Música, no Porto, sendo igualmente um dos membros
do coro da instituição. Para toda a família, mas particularmente para o
Ricardo, fica o meu gesto de carinho e de consideração por ter tido o
privilégio de trabalhar com a Iracema. Até um dia destes.
Foto do Arquivo de A. Bondoso
Numa Festa de Natal da RDP, no Porto, com Ruth Soares, minha mulher Maria do Amparo e meu filho António Miguel
António Bondoso
Jornalista
Sem comentários:
Enviar um comentário