UM
LIVRO DE VEZ EM QUANDO… NESTE ANO DE 2018 [3].
A ALMA DE UM POVO…ou de como as memórias
publicadas/partilhadas podem ajudar «um povo de fé e um povo de trabalho», a encontrar ajuda e motivação para, valorizando o passado, trilhar
caminhos de futuro sustentado.
Pe José Salvador, Lurdes Jóia e Teresa Adão
A ALMA DE UM POVO…ou
de como as memórias publicadas/partilhadas podem ajudar «um povo de fé e um
povo de trabalho, um povo de paz e de respeito, um povo de saudade e de
gratidão, um povo que ama o seu passado histórico, um povo de partilha e
solidariedade, um povo de migração» a encontrar ajuda e motivação para,
valorizando o passado, trilhar caminhos de futuro sustentado. O povo a que se
refere o Pe. José Salvador, que prefaciou o livro de Lurdes Jóia – editado pelas
Edições Esgotadas – é o povo da freguesia
de Castelo, concelho de Moimenta da Beira.
Ao apresentar a obra da «castelense»
Lurdes Jóia, o Padre José Salvador identificou há dias o problema da
desertificação – e dos principais apêndices – como uma das grandes causas do
esquecimento. Do fecho da «escola primária», com duas salas cheias de crianças,
à diminuição – para mais de metade – dos que têm vindo a frequentar a catequese
em Castelo, José Salvador autorizou-se a pedir aos castelenses, não só de
nascimento, para que regressem sempre e passem aos seus filhos a «cultura» da
terra: toda a história, com as suas tradições, os seus costumes, os valores
humanos e patrimoniais.
Lurdes Jóia, também em dia de Aniversário
Lurdes
Jóia – ela própria um antigo produto da emigração – praticamente responde ao
apelo do Padre Salvador expondo boa parte da sua vida privada neste «estudo» [pois
de um “estudo” se trata, embora não referenciado como tal] sobre Castelo. E
depois, inclui o que de mais significativo existe sobre lendas, contos e
história dos monumentos da freguesia. No fundo, a autora escreve sobre as
vivências e sobre a herança de um povo cuja alma tem raízes «nas vozes do tempo».
Apesar de todas as transformações, as que melhoraram e as que subtraíram,
Lurdes Jóia diz que a essência da «aldeia» é a mesma, a alma permanece intacta.
E a sua riqueza provém dos corações das pessoas, que são de uma simplicidade
única.
Numa região da Península (Ibérica) que os Mouros dominavam até ao
Douro, diz a autora que apareceu na segunda metade do séc. IX uma povoação que
recebeu o nome de Santa Maria de Lobazim, mais tarde dividida em duas aldeias –
Castelo e Nagosa – ambas incorporando hoje o concelho de Moimenta da Beira. Embora
não referenciando as suas fontes, Lurdes Jóia acrescenta que, no séc. XIII, o
nome de Lobazim «começou a ser substituído por Castelo, de onde os frades de
Salzedas recebiam muitos foros de pão, vinho, cera, cabritos e dinheiro»,
situação que se verificaria ainda em 1598. E refere que ainda existe a casa
onde moravam estes frades em Castelo.
A autora, que fez publicar em 2015 o
seu primeiro romance O universo do amor o
poder da paixão e que hoje reside e trabalha em Braga, fez notar na sua
dedicatória ao meu exemplar do seu livro agora em apreço «CASTELO - A ALMA DE UM POVO»…que o sonho seja uma constante da
vida! É esta ideia que Lurdes Jóia destaca igualmente já na parte final da obra
quando escreve que a natureza «tem pensamento, tem o seu mistério, é o mistério
da vida, (…) é uma constante da vida, a vida de uma aldeia, a alma de uma
terra. Da minha terra…». Feliz da terra que encontra alento no esforço dos seus filhos. E que a alma se eleve Lurdes Jóia. Um
abraço do
António Bondoso
Parte da assistência no Salão Nobre do Centro de Dia de Castelo
António Bondoso
Jornalista
Agosto de 2018.
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