2018-11-26

A MINHA DEPRESSÃO não se chama Diana
Ou de como passei a ter mais 250 razões para não voltar a exercer o meu direito de voto neste país da treta. 

Foto do JN

         Como eu teria gostado de ver os mesmos 250 deputados – os do PS que me perdoem – a votar para «obrigar» o governo a repor os cortes na reforma/aposentação desde 2011. Supondo que lá estariam todos, não fosse algum – ou muitos – a «emprestar» a password para outros votarem por eles.
         O que se passou hoje na AR foi o cúmulo da falta de vergonha dos designados «eleitos pelo povo». Os «professores» dão votos – e arrastam outros departamentos da função pública – ao contrário dos aposentados que, infelizmente, não têm condições para reivindicar seja o que for. Os próximos atos eleitorais não podem valer tudo.
         Para mim, seguramente, não terão qualquer valor. Nenhum partido, nenhum movimento merecem hoje a minha aprovação. Por morrer uma andorinha não acaba a primavera, é verdade, mas faço questão de marcar o meu ponto de vista. Sendo certo que o meu (não) voto pouca diferença fará no resultado final de uma qualquer eleição, é seguro que a minha consciência – resultado do meu carácter – ficará em paz. E que os eleitos sejam muito felizes, independentemente de saberem – ou não – o significado das palavras solidariedade ou justiça. E a propósito desta última, sempre recordo que um homem acaba de ser condenado a ano e meio de prisão por ter «roubado» seis euros! E os milhares de milhões que continuam a passear-se por aí?

Foto do JN
António Bondoso
Jornalista
Novembro de 2018.  

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