ALVITE
E A GENTE DA NAVE…
…ou a grandeza da História...na simplicidade da Memória!
A dança e os cantares depois da malhada
Uma
vida dura, comprovada também pela agrura dos caminhos de fuga de Aquilino
Ribeiro, tem vindo a marcar – geração após geração – o modo de vida dos Alvitanos,
sempre na aventura da descoberta de novos mundos. E foram sobretudo pelo
comércio, tendo em conta as dificuldades apresentadas pelo clima à agricultura
tradicional da região duriense, paredes meias com o norte beirão. O Planalto da
Nave é frio e árido permitindo, contudo, o cultivo do milho, do centeio, da
batata para semente e a criação de gado.
A pesagem do cereal na Feira de Tradições
Tendo
recebido nome ainda antes da nacionalidade, Alvite – que manteve ligações
profundas a S. João de Tarouca – é hoje uma vila que integra o concelho de
Moimenta da Beira, fazendo gala da sua força de trabalho, do seu
empreendedorismo. A sua cultura foi sendo «amassada» ao longo de séculos,
resistindo ainda um artesanato variado entre cestos e socos serranos, capotes e
capuchos de burel, meias de lã, colchas e mantas de retalho.
Capucha de Burel
É todo este património dos saberes antigos que a Associação
de Promoção Social
de Alvite «Gente da Nave» procura preservar há mais de duas
décadas. Existe uma
«Casa Museu», claro, à dimensão da simplicidade dos
costumes da terra, o que leva
Modesta Silva, que ainda a dirige, a frisar que
não há casas brasonadas em Alvite mas
sim as pessoas.
O célebre «livro de fiados» dos antepassados de Modesta Silva
Casa Museu
É para elas que o esforço tem sido encaminhado,
aproveitando-se a animação de rua. Numa praça central renovada, o Largo da
Tulha, e aproveitando a movimentação das festas em honra de Nossa Senhora das
Queimas, a «Gente da Nave» tem vindo a promover a Feira de Tradições. Ora
dedicada ao «Ciclo da Lã na Nave», ora ao «Ciclo do Milho» e, como foi o caso
deste ano, ao «Ciclo do Centeio». Diz Modesta Silva que é simultaneamente uma
homenagem aos agricultores do Planalto e uma atitude de consciencializar as
novas gerações para a manutenção da identidade do povo.
Casa Museu Gente da Nave
ALVITE
E A GENTE DA NAVE…
…ou a grandeza da História...na simplicidade da Memória!
António Bondoso (Com fotos de Maria do Amparo Bondoso)
Jornalista
Agosto de 2019.
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