POESIA ELEITORAL (II) …ou
de como as oposições procuram, com uma poética ingenuidade, soprar música para
alguns ouvidos incautos. Vai continuar a ser “Uma Campanha Alegre”, como
escreveu Eça. E com ELEVAÇÃO, esperemos. E com ÉTICA e CORAGEM, como desejamos.
Diz-se, de forma séria, que a “Política” é a atividade humana, de tipo
competitivo, que tem por objeto a conquista e o exercício do poder (...).
(...) De outro modo,
com menos “seriedade”, talvez nos recordemos de ler Ambrose Bierce: a política
é «uma guerra de interesses mascarada de luta de princípios»; ou ainda John M.
Brown: «um reino, povoado apenas por vilões e heróis, no qual tudo é preto ou
branco, e o cinzento é uma cor proibida».
Eu não sou adepto do “cinzentismo”…e acredito que é possível e desejável ter convicções e, sobretudo, ter princípios. É possível fazer as coisas deste modo e definir um caminho com ética e com coragem. E de forma clara. Como escrevi já, «Vivemos numa terra onde há pontes que seguram as margens e montanhas que agarram as pedras…Por isso, há momentos em que é fundamental «dar a cara» por ideias e princípios...e participar. Independentemente de todo o ruído que alguns tentem meter na engrenagem».
Assim, para não estender muito a escrita e atormentar a paciência de quem lê, deixo mais um poema de minha autoria:
UMA CERTA IMPUNIDADE
Sem vergonha
Mas com protesto.
E se há coisa que eu detesto
É perceber que os abutres
Trazidos pela cegonha
Circulam livres
Impunes
Sedentos de sangue
Maldição, feitiçaria,
Desespero enredado
E tão velado.
Sem vergonha…
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Em
«Terra de Ninguém», 2ª edição, 2020. Edç Esgotadas. Pg 86.
A.
Bondoso
Moimenta
da Beira
7
Setembro 2021.
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