2022-09-06

 

ADRIANO MOREIRA – 100 ANOS DE «PENSAMENTO».

Saúdo o aniversário com admiração e respeito, salientando sobretudo o facto de ter sido uma das «figuras» centrais do meu livro sobre “LUSOFONIA E CPLP – Desafios na Globalização”, de Setembro de 2013.



         E precisamente nesta altura, quando se celebram os 200 anos da independência do Brasil, vale a pena recordar a voz de Adriano Moreira quando – na obra em referência – salienta a importância do Brasil no «espaço lusófono»: “…nós temos que estar preparados para admitir que a liderança é brasileira”. Na CPLP, claro.

         E mesmo que o Brasil se tenha vindo a «desviar» dessa sua natural «responsabilidade», até hoje nunca assumida com frontalidade, pois há sempre e ainda muitos «pontos críticos» a ter em conta, Adriano Moreira reitera a necessidade de observar e perceber a conjuntura e escutar “o diálogo construtivo sobre as respostas sustentáveis”, sendo fundamental não colocar em dúvida a exigência irrenunciável da igualdade dos Estados participantes. 



         E a «Língua», claro, como «cimento de tudo isto. Uma Língua, como me referiu em 2011, “que transporta valores, não sendo nunca um instrumento neutro”. E foi mais longe: “…acontece que a língua portuguesa, a meu ver, tem mistura de etnias. Também é mestiça!”. Por isso, não é apenas «nossa». Também é nossa.

         E para não alongar em demasia este pequeno texto de homenagem ao Professor Dr. Adriano Moreira, finalizo com mais uma referência ao meu livro sobre a Lusofonia e CPLP, lembrando a ideia que me foi sabiamente transmitida de que a CPLP é uma «organização muito original». Porquê? Porque – afirma – “ a França, que tem instrumentos de projeção da sua cultura como a Alliance Française, não tem uma CPLP; a Espanha, que tem uma série de países, sobretudo na América Latina, que falam espanhol e tem o Instituto Cervantes – não tem uma CPLP; a China, atualmente, já tem espalhados por todo o mundo cerca de 300 Institutos Confúcio, mas não tem nenhuma CPLP. [Promoveu Macau para se encostar e liderar]. Portanto, a CPLP é, de facto, uma originalidade. A reunião de tantos países unidos pela mesma língua como primeiro elemento”(gravação, 2011)”.

         Parabéns Adriano Moreira. Grato pela partilha de algum do seu «pensamento». 




António Bondoso

6 Setembro de 2022. 


 






 

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