ADRIANO
MOREIRA – 100 ANOS DE «PENSAMENTO».
Saúdo o aniversário com admiração e respeito, salientando sobretudo o facto de ter sido uma das «figuras» centrais do meu livro sobre “LUSOFONIA E CPLP – Desafios na Globalização”, de Setembro de 2013.
E precisamente nesta altura, quando se
celebram os 200 anos da independência do Brasil, vale a pena recordar a voz de
Adriano Moreira quando – na obra em referência – salienta a importância do
Brasil no «espaço lusófono»: “…nós temos que estar preparados para admitir que
a liderança é brasileira”. Na CPLP, claro.
E mesmo que o Brasil se tenha vindo a «desviar» dessa sua natural «responsabilidade», até hoje nunca assumida com frontalidade, pois há sempre e ainda muitos «pontos críticos» a ter em conta, Adriano Moreira reitera a necessidade de observar e perceber a conjuntura e escutar “o diálogo construtivo sobre as respostas sustentáveis”, sendo fundamental não colocar em dúvida a exigência irrenunciável da igualdade dos Estados participantes.
E a «Língua», claro, como «cimento de
tudo isto. Uma Língua, como me referiu em 2011, “que transporta valores, não
sendo nunca um instrumento neutro”. E foi mais longe: “…acontece que a língua
portuguesa, a meu ver, tem mistura de etnias. Também é mestiça!”. Por isso, não
é apenas «nossa». Também é nossa.
E para não alongar em demasia este
pequeno texto de homenagem ao Professor Dr. Adriano Moreira, finalizo com mais
uma referência ao meu livro sobre a Lusofonia e CPLP, lembrando a ideia que me
foi sabiamente transmitida de que a CPLP é uma «organização muito original».
Porquê? Porque – afirma – “ a França, que tem instrumentos de projeção da sua
cultura como a Alliance Française, não tem uma CPLP; a Espanha, que tem uma
série de países, sobretudo na América Latina, que falam espanhol e tem o Instituto
Cervantes – não tem uma CPLP; a China, atualmente, já tem espalhados por todo o
mundo cerca de 300 Institutos Confúcio, mas não tem nenhuma CPLP. [Promoveu
Macau para se encostar e liderar]. Portanto, a CPLP é, de facto, uma
originalidade. A reunião de tantos países unidos pela mesma língua como
primeiro elemento”(gravação, 2011)”.
Parabéns Adriano Moreira. Grato pela partilha de algum do seu «pensamento».
António
Bondoso
6
Setembro de 2022.
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