À VOLTA DE MIM E DO MUNDO...e DE VEZ EM QUANDO!
Como escrevi há tempos, Celebrar Aquilino...é tão simples como saciar a sede!
Vai daí, a notícia que se segue é "ouro sobre azul"!
A Fundação Aquilino Ribeiro (FAR), em Soutosa,
Moimenta da Beira, comemora, esta quinta-feira à noite, 13 de Setembro, os 127
anos do nascimento do escritor. A sessão de abertura, pelo Conselho de
Administração da FAR, está marcada para as 21h30, e o programa inclui o
lançamento do livro “Aquilino Ribeiro: Evolução do Homem Republicano”, de
Celina Arroz (22h00); um momento musical (23h00) e um Demo de Honra a fechar.
A obra de Celina Arroz revisita o percurso de
Aquilino, desde a sua adolescência e juventude, até se tornar um republicano
convicto, e a partida para Paris após o regicídio em Lisboa, no dia 1 de
Fevereiro de 1908.
Para quem admira e segue - ou procura seguir - o Mestre Aquilino, a obra é esperada com expectativa. Particularmente na esperança de ter acesso a novas informações.
Numa tentativa de aumentar essa focagem, recomendo uma breve leitura de "PÁGINAS DO EXÍLIO", de Jorge Reis e com ilustrações de Leal da Câmara - publicadas em 2 volumes pela VEGA, em 1988.
O percurso que interessa sobretudo reter, começa mais ou menos com a sua chegada a Lisboa, com 21 anos de idade, para ganhar a vida na escrita. Ao mesmo tempo que entra no corpo redactorial de A Vanguarda, adere a um "canteiro" da Carbonária. Depois de uma explosão no quarto onde se hospedava, é preso, em 1907, mas consegue evadir-se em Janeiro do ano seguinte. Acontece o Regicídio em 1 de Fevereiro de 1908 e, finalmente, vai para Paris a 31 de Maio, nas condições assim descritas por Jorge Reis, no 1º volume das Páginas do exílio:
E, de acordo com Jorge Reis, esses primeiros seis anos de exílio vão ser cruciais para a sua carreira de escritor - o que sempre desejou ser !
E há um novo trajecto que se inicia com as funções de professor no Liceu Camões, em Lisboa, no ano de 1915 - funções que viria a cessar em 1918, quando publica a Via Sinuosa. Era o tempo conturbado de Sidónio Pais, da Monarquia do Norte, da criação do Partido Comunista Português e da chamada "Noite Sangrenta", em 1921. Já havia publicado Terras do Demo, em 1919, e depois Estrada de Santiago, o Romance da Raposa (1924), Andam Faunos pelos Bosques - 1926 - o ano do golpe militar de Gomes da Costa, em 28 de Maio. A nova ditadura depois da de João Franco, origina um movimento militar republicano no Porto e em Lisboa, acontecendo que Aquilino toma parte no golpe militar de 7 de Fevereiro de 1927 contra a ditadura. Perseguido, refugia-se na Beira, volta a Paris e acompanha os últimos momentos da primeira mulher em Soutosa. Participa na tentativa de levantamento do Regimento de Pinhel. De novo é preso, novamente se evade.Segundo casamento em Paris. Seguem-se Baionne, Vigo e Tui. E em 1932 regressa semi-clandestino a Portugal. É só conferir nos dados nestas páginas do 2º Vol de Jorge Reis:
Depois vem a II Guerra Mundial, que o Mestre já "percebe" em 1934, quando publica o Diário "É a Guerra" e o caderno dum viajante "Alemanha Ensanguentada".
É um percurso bem mais conhecido e definido e sobre o qual não posso deixar de salientar alguns quadros plasmados no 2º volume das Páginas do exílio , escritos datados de Março de 1988:
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