ESTUDOS SOBRE A RÁDIO. A ex-EN. 

A RÁDIO, PARA MIM, CONTINUA A SER UM SENTIMENTO DE PERTENÇA E DE PARTILHA.

Parabéns à Carolina Ferreira pelo excelente trabalho de investigação, no qual conclui:--- "Durante o conflito colonial, a radiodifusão foi manipulada como arma de guerra em diversas frentes de luta. Estado Novo, oposição interna ao regime e movimentos independentistas serviram-se dela como instrumento na luta pela conquista da opinião pública". Nessa guerra paralela - acrescenta - as rádios oficiais e oficiosas, clandestinas e subversivas escutavam-se e contrapropagandeavam-se mutuamente." 

Parabéns igualmente à orientadora da dissertação que serviu de base para esta obra - a Prof. Doutora Isabel Nobre Vargues, do Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra e diretora da "Colecção Comunicação História e Memória", das Edições MinervaCoimbra. 

É um trabalho vasto e num contexto complexo que, evidentemente, não ficou esgotado. Merece uma atenção continuada, sobretudo para explicar e perceber o jogo do xadrez internacional durante a Guerra Fria. E, acrescento eu - que fui servidor na ex-EN - aquela estação não foi apenas instrumento de manipulação. Foi igualmente uma grande "escola" do rigor e do profissionalismo e deixou um legado importantíssimo: o seu arquivo sonoro. Sobre a manipulação -ela continuou nos meses que se seguiram ao golpe militar do 25 de Abril de 1974. Só serenou após o 25 de Novembro e depois do turbulento e complexo PREC ( Processo Revolucionário em Curso).

E, por agora, lembro essas belas palavras do publicitário BOB SCHULBERG, em 1989:--- "A televisão não é ruim, mas a Rádio é mágica. Se a televisão tivesse sido inventada antes, a chegada da radiodifusão teria feito as pessoas pensarem:- Que maravilhoso que é a Rádio! è como a televisão, só que nem é preciso olhar!"

ANTÓNIO BONDOSO.