A TÁTICA DO QUADRADO…
…ou de como a “Cultura”, de uma forma geral, pesa cada vez mais nas ideias de desenvolvimento para uma região. E Moimenta da Beira tem vindo a acentuar este aspeto.
A PROPÓSITO DA MINHA CRÓNICA DE HOJE NO JORNAL BEIRÃO.
Foi assinalável ao longo dos anos e tem
sido mais visível nos últimos – particularmente nas duas edições da Expodemo já
realizadas. Vale a pena apostar na preservação, valorização e divulgação do
“património”, quer seja material, quer seja imaterial. Literatura, artes
plásticas, monumentos, paisagem, gastronomia – uma rede de interesses comuns em
prol do desenvolvimento e da projeção do território.
Vem isto a propósito de uma notícia que
a revista Visão publicou, com base em dados do sítio da internet TRIVAGO e segundo os quais o Gerês é o 9º destino
turístico mais valioso do mundo em 2014, considerando a vertente
“qualidade-preço”. Como tudo aquilo que envolve e é envolvido pelas
estatísticas tem o peso que tem, e não deixa de ser verdade que estes “organismos”
são geridos por interesses. E depois há ainda a considerar os fatores que
conduzem aos resultados medidos. Logo à partida há um elemento determinante: só
são considerados os destinos com um mínimo de 10 hotéis e 150 opiniões. Não se
pode, portanto, colocar no mesmo patamar de avaliação um concelho e uma região.
Daí que eu continue a chamar a atenção para a importância da região do
Douro-sul, um destino muito considerado nos últimos anos. Moimenta da Beira –
tal como Tabuaço, Armamar, VN de Paiva e Tarouca [creio perceber muitas
resistências em Sernancelhe] – pode e deve fazer a ponte entre o “centro-norte”
de Viseu e o “sul” do Douro. Condimentos não lhe faltam!
Em Portugal, para o próximo ano, o
TRIVAGO considera ainda Braga, Ericeira, Figueira da Foz, Peniche e Vila Nova
de Milfontes. Mas para que não restem dúvidas, é ainda importante salientar que
os mais de 200 sítios de reservas do TRIVAGO registaram qualquer coisa como 82
milhões de opiniões.
Voltando à cultura – e valorizando os
caminhos que Moimenta da Beira tem vindo a trilhar – descobri há dias no Jornal
de Notícias um “barómetro” sobre a política autárquica e a cultura. Sete
personalidades ligadas às artes, ao ensino superior e a instituições culturais,
foram questionadas sobre se “as autarquias devem/podem dar prioridade à Cultura
neste novo mandato”? Todos responderam positivamente, mesmo tendo em conta as
dificuldades financeiras que o país atravessa.
Gostaria, contudo, de salientar algumas
respostas que me pareceram bem interessantes:- Joaquim Azevedo, diretor da Escola das Artes da Universidade
Católica, no Porto – depois de considerar que a cultura é a graça do
desenvolvimento regional e local, acrescenta “depois da des-graça do betão só
esta prioridade nos pode salvar no mar indistinto da globalização”; Braga da Cruz, presidente da Fundação
Serralves – “o nível local tem melhor noção do retorno económico da Cultura e
do seu contributo para o reforço da identidade”; Rui Teixeira, presidente do Instituto Politécnico de Viana – “a cultura
é o sal da terra e a luz do mundo”. A cultura como fator inclusivo das
sociedades e gerador de emprego esteve igualmente em destaque.
E nunca se esqueça que “um país sem
cultura = um povo sem voz”!
António Bondoso
Jornalista –
CP359.
antoniobondoso@gmail.com
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