À VOLTA DE MIM E DO MUNDO...
11
DE NOVEMBRO…eu o mundo!
As efemérides deste dia, não fosse uma
crónica assinada por Rui Tavares no jornal Público, teriam sido varridas da
face da terra perante a tragédia que se abateu sobre as Filipinas.
Não há memória de tantas vítimas
provocadas por um Tufão, mesmo sabendo que as Filipinas são o país mais afetado
todos os anos por este tipo de tempestades geradas no Pacífico. As alterações
climáticas voltam, mais uma vez, ao topo das preocupações mundiais.
E enquanto muitos milhares de filipinos
aguardam desesperadamente o auxílio da “expedita” Comunidade Internacional, o mundo pula e avança indiferente à
miséria, à pobreza, aos conflitos armados – tudo consequência da ganância da
alta finança internacional e das políticas neo e ultraliberais dos seus
carrascos, expressas na globalização desumanizada a que assistimos.
Há 10 anos tinha eu sido sujeito a uma
intervenção cirúrgica que me valeu 17 dias de internamento, pelo que fui
impedido de celebrar como habitualmente o S.Martinho e assistir in loco à inauguração do belíssimo
“Estádio do Dragão”, em cujo “mural de fundadores” estão inscritos os nomes de
Maria do Amparo, António Miguel e António Bondoso. Fui abalado, mas não
derrubado.
Há 38 anos, Angola tornava-se um novo e
soberano Estado africano, na sequência do complexo processo da descolonização
portuguesa, sem contudo poder evitar uma guerra fratricida que se prolongou
demasiado no tempo – muito para além do final da chamada “guerra fria”, à sombra
da qual se foram acumulando conflitos e milhares de mortos em todo o mundo,
praticamente desde o final da II Guerra Mundial, em 1945.
Recuando no tempo e à menção do texto
de Rui Tavares, no Público, a memória de um outro mortífero conflito – a Grande
Guerra – entre 1914 e 1918. Na madrugada de 11 de Novembro desse ano foi
assinado o armistício entre as partes beligerantes, estipulando o acordo que
“as armas se calariam às onze horas da manhã desse dia”, e que só depois se
tornaria pública a notícia. O momento, lê-se no texto de Rui Tavares, “ficou na
memória coletiva como «as 11 do 11 do 11»…e até há quem lhe acrescente ao conto
um ponto de imaginação, dizendo que a paz chegou 11 minutos depois, para dar o
dia 11/11, às 11:11”.
E agora, que já passa das 11 e 11 da
noite, desejo um bom descanso e muita coragem para enfrentar as dificuldades de
um novo dia sob a austeridade da troika.
António
Bondoso
Jornalista
– CP359.
Novembro
de 2013
António Bondoso
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