EXPODEMO 2018: o governo não ouviu, mas
talvez alguém lhe diga.
É preciso resistir ao centralismo e lutar por
uma verdadeira política de coesão nacional! É inadmissível o esquecimento do
interior! A maçã e os vinhos não são um conto de fadas e não consta que a
«Branca de Neve» perceba de economia.
Posso dizer que foi um grito de revolta
contra o «abandono» das regiões de baixa densidade, o que eu escutei hoje em
Moimenta da Beira, pela voz do Presidente da Câmara José Eduardo Ferreira, na
abertura da Expodemo 2018 – um certame que pretende mostrar as potencialidades
da região e tem vindo a transformá-la numa nova centralidade. Apesar do
esquecimento com que esta parte do país tem sido brindada pelas políticas de
sucessivos governos.
Das
ideias fortes que eu retive do discurso inaugural, como sempre de improviso,
posso referir duas ou três que balizam a dura intervenção de José Eduardo
Ferreira: Não é admissível que os Fundos de Coesão da UE sejam desviados do
verdadeiro objetivo de promover a coesão nacional. A região espera que lhe
devolvam o que lhe vem sendo retirado de há muitos anos a esta parte; Não é
admissível que as áreas de Lx e Pto, com 6% da população, recebam 50% dos
fundos estruturais; Não é admissível que a região seja excluída do Plano
Estratégico 20-30; Não é admissível o que se passa com o regadio. Remendar o
tradicional não é solução, sobretudo nesta região da melhor maçã do país –
provavelmente da Europa e do mundo. E é grave olhar apenas para o Alqueva; Não
é admissível que a Linha do Douro continue sem investimento e que o IC26 não
entre nas contas do governo para benefício desta vasta região centro/norte do
país.
Mas
quem ouviu depois o concerto de Jorge Palma – excelente por sinal – certamente
reteve os versos da canção «A gente vai continuar»:
Enquanto houver estrada para
andar
a gente vai continuar
enquanto houver ventos e mar
a gente não vai parar…
a gente vai continuar
enquanto houver ventos e mar
a gente não vai parar…
Quem
escutou este refrão final de Jorge Palma, sem grande dificuldade pode associar os versos do cantor às palavras
duras ditas por José Eduardo Ferreira, para chegarem aos ouvidos moucos do
governo. O apelo ficou…e a gente não vai parar! A maçã e os vinhos não são um
conto de fadas e não consta que a «Branca de Neve» perceba de economia.
António Bondoso
Jornalista (CP.150 A)
14 de Setembro de 2018.
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