SE PENSARMOS SÓ
NA ÁRVORE…nunca chegará o Natal!
Falemos
menos de magia e mais de ação. Não vale o exercício repetido do recurso à
geografia do sofrimento, da miséria e da guerra…é por demais conhecida. Centremo-nos
aqui, nas dores do que somos e que vivemos.
É
comum ouvir palavras repetidas por esta altura. Diz-se que é Natal e que há uma
árvore toda iluminada e colorida, na base da qual é suposto depositar
presentes; e também se diz que há «espírito» no ar; e diz-se igualmente que é
um tempo de paz e de alegria; e diz-se ainda que é um tempo solidário e de partilha.
Sem qualquer ponta de demagogia – e ao
contrário de algumas «mensagens» natalícias que já ouvi – eu venho falar-vos
dos milhares de árvores despidas e dos milhões de barracas que nem sequer têm
lugar para uma árvore. Venho falar-vos desse símbolo máximo do consumismo e de
um Pai-Natal que só «viaja» em determinadas latitudes, sem tempo nem espaço
para visitar milhões de chaminés frias de vida e vazias de sentido.
Venho falar-vos de árvores sem raízes,
praticamente mirradas por falta de um carinho diário. Venho dizer-vos que os
homens esqueceram a boa nova da chegada de Cristo redentor; e lembrar-vos de
que o «presépio», na universalidade da mensagem, não precisa de musgo nem de
«reis magos» mas sim da nossa «presença».
Saibamos olhar, saibamos escutar,
saibamos agir!
António Bondoso
Jornalista
Dezembro de 2018
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