TAMBÉM
SE CONSEGUE EXPLICAR A «RÁDIO» ÀS CRIANÇAS. E elas escutam e percebem. Do «local» para o «global».
Como
esta manhã, falando com alunos do ensino básico da Escola da Ponte, no Porto, entre
os 7 e os 10 anos de idade. Gratificante.
Como
funciona, como começou, a sua evolução, as nossas experiências…e depois
responder às perguntas inevitáveis. Entre muitas, fixei esta: por que razão a
rádio só dá notícias más?
Percebendo
o alcance da interpelação não adocei a resposta. As notícias não são más. Ou
não são apenas más. Mas fazem parte da realidade e, ao profissional, cabe
transmiti-las com objetividade. Por isso, a resposta foi de imediato
enriquecida, de forma a que pudesse ser compreendida a uma escala mais geral.
Há muitas notícias que ficam «na gaveta» ou que são ignoradas. Porque não
chamam a atenção, não captam audiências. No fundo, o que deveria ter dito –
mesmo podendo não ser percebido – é que a palavra da moda, hoje, é
«normalizado». Todos falam do mesmo, embora com palavras diferentes, porque está
na moda fazê-lo, porque «vende» e é fácil «copiar». Investigar e criar é mais
complexo.
Agradecendo ao camarada Simões Lopes
(também pelas fotos), à Direção da Escola da Ponte, a todos os professores
envolvidos e ao interessado número de alunos «participantes», fica a sensação
de uma manhã valiosa com o diálogo estabelecido e com a partilha das «ondas da
rádio». Que, apesar da era digital, continuam a ser «curtas», «médias» e em
Frequência Modulada (FM). E os presentes viram aparelhos de rádio e ouviram
rádio. E ouvem rádio sobretudo quando vão no carro. E quiseram saber até onde poderia chegar a antena do transístor e se eu
também fazia relatos de futebol. Que não, disse-lhes. Fazia apenas comentários
e colaborei muitas vezes como repórter. E gostaria de voltar a trabalhar na
rádio? De pronto…e com muita vontade. Mas há convites que não chegam.
E quando a «Rádio» me chega
aos ouvidos da alma, como espero tenha alcançado o coração das crianças da
Escola da Ponte, no Porto...começo pela Av da Marginal, em S. Tomé; passo pela Rua
do Quelhas 2, 10, 21, por S. Marçal e as duas margens das Amoreiras, em Lisboa;
e desaguo no nº 74 da Cândido dos Reis, no Porto, depois de colher as pérolas
na Nam Kwong, em Macau. E vou ficando, assim...lembrando dias e horas, meses e
anos de muitas palavras e de alguns amigos repousando nelas. Para
os que sabem que o são…um eterno e grato abraço!Para os que sabem que o são…um eterno e
grato abraço.
António Bondoso
Jornalista
13 Fev. 2019. No «Dia Mundial da Rádio», instituído pela ONU em 2012.
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