Universidade
Sénior Rotary de Matosinhos, ao Araújo – Leça do Balio, a celebração
coincidente do Dia Internacional da Mulher e um simples espaço de troca de
conhecimentos, falando de assuntos próprios das Relações Internacionais.
Convidada – a Profª Doutora ARIANA COSME, uma estudiosa permanente dos assuntos da educação e da formação de professores, na busca de avanços.
A «Educação» e todos os valores que a
integram e complementam, são – de facto – a forma mais eficaz de ajudar a mudar
o mundo, este mundo onde é ainda muito difícil ser «mulher», apesar de grandes
passos já caminhados.
E quando questionada sobre tempos difíceis na Europa, de novo, concretamente sobre o seu entendimento a propósito do «sacrifício» das mulheres ucranianas ao deixar maridos e namorados num país em guerra – depois da invasão do exército russo de Putin – Ariana Cosme foi buscar memórias marcantes da infância quando foi obrigada a deixar a sua Angola, separando-se dos pais, para embarcar com a irmã mais nova no «último navio» a sair do porto de Moçâmedes (hoje Namibe), com destino a Luanda, para conseguir ainda chegar a tempo da «ponte aérea» para Portugal, em função da instalada «guerra civil». Não foi fácil o silêncio da viagem entre Sá da Bandeira e Moçâmedes, foi muito difícil a separação. Por isso percebe as mulheres ucranianas.
E depois conversámos sobre as eventuais «saídas» para o conflito que Putin e o seu regime trouxeram à Europa. Por fim, e perante as imagens da tragédia, recordámos o que foi o “Holodomor” em 1932/33, quando Estaline governava a URSS com mãos assassinas. Em ucraniano, Holodomor significa morrer de inanição, morrer pela fome. Assim ficou conhecido o genocídio do povo ucraniano naquela época, revoltado com as políticas económicas de Estaline: controlar a produção de cereais através de uma “requisição compulsória”. O povo ucraniano foi o que mais resistiu a essa medida. E pagou muito caro. Como está a pagar hoje, pela simples «ousadia» de querer continuar a ser um país livre e soberano.
Daí, o meu «girassol» para Ariana Cosme, como um símbolo de resistência.
9 Março 2022.
António
Bondoso
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