2022-03-29

 Sobretudo para os que andam distraídos neste mundo. Independentemente das razões de cada um. 

A Poesia não será uma «cura»...mas alerta para as incongruências das guerras. 




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NÃO FAZ MAL…

 

Se a guerra te bater à porta

Não abras.

Se a guerra te entrar pela janela

Clandestina

Violenta

Irracional

Não faz mal…

Tranca a porta.

 

Dissimulada é a guerra neste tempo

Quer no nome

Quer nas armas

Quer em civis desarmados

E outros feitos soldados.

 

Se a guerra bater à tua porta

Criminosa

E te obrigar a deixar a tua rua

A família e os teus amigos

Irracional…

Não faz mal

Espera que as bombas caiam

E os mísseis expludam

Assassinando crianças por aí

Matando idosos por aqui e por ali.

 

E se a guerra bater à nossa porta

Brutal

Mesmo que traga aviso de receção

Da Palestina ao Irão

Do Iémen ao Iraque

Da Síria a toda a Ucrânia

Não faz mal

Ignore a ignorância

E devolva à procedência.

 

E se mesmo assim

Essa guerra voltar

E de novo bater à nossa porta

Lembrem-se dos que fogem

Da metralha e da fome

Engrossando os campos de lama

E de doenças.

 

Quando as guerras nos passam ao lado

Na sua crueza real

É simples a indiferença

De ter um gesto banal

Esperar o tempo inteiro

Por um milagre caseiro.

 

A guerra? Ahhh…não faz mal!

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António Bondoso

Março de 2022. 









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