ENTRE
O DISCURSO FUTEBOLEIRO DO PR E OS DISCURSOS DO ÓDIO DAS OPOSIÇÕES…alimenta-se a
demagogia do «medo».
Transportar a conhecida «chicotada psicológica» do futebol para a atividade política pode não ser um bom princípio. As do futebol falham a maior parte das vezes…e apenas «sofrem» os adeptos de um clube. Pelo contrário, na atuação política, arriscar uma «chicotada» fora de tempo, pode prejudicar o país. Uma chicotada ponderada, entenda-se!
Daí,
não perceber muito bem que o PR tenha convocado o CE para 6 de Julho, ainda a decorrer
a CPI à TAP/Computador. Provavelmente para manter «viva» a chama que vai consumindo
a atividade governativa em lume brando. Entretanto, esse papel vai ficando
entregue às oposições populistas perfeitamente identificadas.
Contra
todos os indicadores positivos do país, há muita gente inquieta, a esbracejar e
a gritar. Percebemos Montenegro, depois do empurrão de CS, mas fica a indecisão
do BE. Sempre em cima de Costa…mas dissolução do Parlamento – não! É preciso
mais tempo para recuperar do trambolhão originado pela «coligação negativa» que
pariu a anterior dissolução.
Voltando ao PR que, apesar de tudo, refreou o seu ímpeto de falar de todos e de qualquer coisa – e esse terrível vício de demitir ministros em direto nas TVs! – parece continuar com alguma indefinição, quer quanto às Instituições, quer quanto ao país. Por um lado diz não haver razões para «profetas da desgraça», mostrando mesmo algum realismo e otimismo, mas – de outra forma – vem com o chavão das mudanças. A mudança, em si, não deixa de ser positiva. O caso é que MRS coloca a fasquia em modo radical: - “Não mudam a bem, mudam a mal. Mas era preferível que mudassem a bem", referiu.
E sobre aquela outra frase "Quando o poder
entra em descolagem com o povo, é o poder que muda", todos sabemos que
esse poder é, de facto, do povo. Mas foi esse mesmo povo que, ainda há um ano,
ofereceu uma maioria absoluta. Não deixa de ser algo «perigoso» confundir a
«vontade popular» com algumas sondagens imprecisas, mesmo que baseadas em lamentáveis
erros de dois ou três governantes e sinais de incompetência em alguns outros. É
fundamental ter uma “CERTEZA ABSOLUTA” de que o POVO deseja a «mudança». As
manifestações na rua são, claro, de protesto, mas todos sabemos a forma de as
promover e alimentar. Somando contrariedades, do lado das oposições também tem
havido erros e sinais de incompetência.
Se, como disse, o PR convocou o CE mais para
«ouvir» do que outra coisa, será legítimo duvidar da eficácia do ato. Alguns
«conselheiros» são até comentadores e muitos outros têm sido instados a
pronunciar-se sobre as situações de tensão que se têm verificado e que os média
transformam em repasto opíparo.
E não pense MRS comparar a situação portuguesa com a que se passou a viver em Espanha a partir de ontem. Isto é, não se sinta motivado pela atitude do 1ºM Pedro Sanchez. Lá, é ele o dono da jogada política. Aqui, vai ter que ser o PR. Terá coragem para tal? Costa vai esperando…e ele sabe esperar! À partida, tudo está contra ele. E não vai ter a vida facilitada até às eleições europeias – essas que, ao contrário de sempre, vão passar a ter significado político «nacional».
Até lá, Mariana, por muita paixão que possa ter
pela política com base no protesto, não faça do PS o seu inimigo público número
um. Já perdeu no golpe anterior e, mesmo que possa vir a recuperar alguns votos
à custa do desgaste do governo do PS, a sua «vitória» não passará por aí. Ela só
virá a longo prazo, quando a direita e a sua extrema estiverem três ou quatro
anos no poder. Não tenha medo e boa sorte!
António Bondoso
Maio de 2023.
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