OS
MEUS LIVROS DE 2013 (III)
Já
lá vão Palavras em Tempos de Crise, Laços de Amor Não Morrem e Um Grão de Café.
Neste
espaço que criei sobre os meus livros de 2013, chega agora a vez de Lusofonia e CPLP – Desafios na Globalização.
Editado com a ajuda preciosa das Edições Esgotadas, esta MINHA obra tem, não por
acaso, um outro subtítulo: «Ângulos e Vértices ou Defeitos & Virtudes de um
Processo Intemporal». E digo isto, exatamente numa altura em que a Política
Externa portuguesa e a diplomacia de um governo incompetente acabam de cometer
mais um erro – ao suspender os voos da TAP para a Guiné-Bissau. Uma “sanção”
desnecessária e que atenta contra os interesses de Portugal, da Guiné-Bissau e
da CPLP, infringindo igualmente um dos três pilares fundadores da Organização. E
que me conste, ainda não me apercebi de uma reação do Comité Executivo ou do
seu presidente, nem sequer da “presidência rotativa” do Conselho. E quem se
lembra das posições de Borges de Macedo sobre política externa – presentes no
livro – saberá que a história aconselha os interesses comuns e os afetos. E
quem não ouve a História, é cego e surdo perante o futuro!
José Carlos Venâncio – catedrático na
UBI – a quem o autor recorreu, quer citando as suas posições sobre a temática,
quer efetuando uma entrevista exclusiva, disse do livro ser praticamente uma
tese de doutoramento. Teresa Cierco – docente na Universidade do Porto – depois
de referir a vasta bibliografia sobre o tema da Lusofonia e de dizer que há já
alguma coisa escrita sobre a CPLP, afirma que “Neste conjunto, este livro
destaca-se porque tem a originalidade de interligar as duas questões,
referindo-se à CPLP como um instrumento que poderá ser útil à Lusofonia”. E
citando Venâncio, Teresa Cierco recupera a ideia de que “apesar de ser difícil
dissociar uma da outra, a Lusofonia é uma realidade que vai muito para além da
língua”. E Jorge Bento, igualmente docente na Universidade do Porto, dá realce
aos laços sólidos por via dos afetos – citando Adriano Moreira e dando exemplos
de Goa e da Amazónia brasileira, nessa região particularmente no que diz
respeito à culinária – ao mesmo tempo que refere o sentido de oportunidade da
obra, sobretudo pela manifesta necessidade de introduzir profundidade na
discussão do tema. E recorda mesmo uma recente declaração de Ramalho Eanes ao
jornal Público, na qual se espelha a
ideia de que Portugal – depois do fim do Império – se ligou demasiado a um
equívoco: o projeto europeu, que foi sendo destruído e hoje já não existe.
Sem querer transformar este espaço numa
manifestação narcísica, acrescentarei apenas parte da minha dedicatória (de
2012) neste Lusofonia e CPLP-Desafios na
Globalização: “Admitindo como verdadeira a ideia de
que, quando o sonho se concretiza, deixa de haver utopia – continuemos a sonhar
nesta tarefa de consolidar a lusofonia e a atuação da CPLP. Que o não-lugar que
nos foi legado pelos Gregos vá deixando de ser paulatinamente o lugar que não
existe, prolongando o sonho. Fixemo-nos no Trapézio dos Oito e nos Mares que os
unem, abraçando simultaneamente todas as diásporas”.
Cumprida
a tarefa de escrever sobre os quatro livros que escolhi para destacar no ano de
2013 – e aproveitando a circunstância das diásporas – não poderei deixar de
falar ainda no excelente projeto que foi a edição da Agenda Mangwana para 2014, uma louvável
iniciativa do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora (CEMD) na qual
tive o prazer de colaborar com 5 poemas. Chamei ao projeto UM LIVRO COM MUITOS
DIAS…e com muitos poemas!
Um
“poema” pode ser igualmente considerado um texto de Rui de Azevedo Teixeira
sobre o comandante ALPOIM CALVÃO – uma figura de outra galáxia – publicado na
revista TABU, em 27 de Dezembro de
2013, parte integrante dessa edição do semanário SOL. Numa conversa que incluiu, para além de Rui Teixeira e de
Alpoim Calvão, o vice-almirante José Carvalheira, o general Almeida Bruno e
ainda Ângelo Lucas, a parte final do texto oferece-nos os pratos fortes: a
crise os países lusófonos, o patriotismo. “Portugal é o arreigamento, o «mais antigo e constante Amor, que nunca
vacilou», de Calvão. Portugal é a palavra da sua vida. Emparelha-a com
Império. E, já há décadas, com Lusofonia. Sem qualquer relação neurótica com as
ex-colónias. A sua condição saudosa de português não é nem passadista nem arca
com complexos de culpa”. Vale a pena ler…e perceber!
António Bondoso
Jornalista – CP359.
Janeiro de 2014
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