A
REPÚBLICA DAS MAÇÃS…
…ou
de como os males da interioridade não conseguem eliminar a resiliência dos
agricultores que se dedicam à cultura da maçã nesta especial região da Beira
Alta situada a sul do Douro: sobretudo Moimenta da Beira, Armamar, Tarouca e
Sernancelhe.
Quem ler este texto, provavelmente já
terá sido confrontado, mais do que uma vez, com a velha expressão depreciativa «república
das bananas», uma ideia consolidada em alguns países da América do Sul há
muitos anos, sobretudo quando empresas dos EUA se dedicavam à exploração
abusiva desses países, comercializando exatamente esse fabuloso fruto que é a
banana.
Pois aqui, nesta região que eu destaco
acima, creio não corrermos o risco de sermos avaliados negativa e
depreciativamente, pois é bem conhecida a tenacidade com que os agricultores
enfrentam – desde sempre – as consequências das oscilações climáticas e o
esquecimento a que têm sido votados pelas políticas dos sucessivos governos. A falta
de uma rede de frio eficaz foi sendo contornada mas falta ainda a atenção
devida ao regadio. E não tem sido por inércia ou deixa andar. Repetidamente nos
últimos anos o assunto tem sido falado e houve já projetos aprovados como o da Boavista,
em Caria – integrada no plano nacional de regadio. A da Nave estará muito
próxima da aprovação. Não só a quantidade importa. A qualidade da água é
fundamental.
Por
isso se vai dizendo que esta região produz a melhor maçã do mundo. Daí a minha
homenagem, atribuindo o título de «República das Maçãs» a este modesto texto,
que me veio à ideia ontem – dia 5 de Outubro – o da implantação da República em
1910. Exatamente durante o acompanhamento que fui fazendo da apanha em pomares
da região, com amigos fruticultores associados às «Frutas Cruzeiro» (passe a
publicidade) e simultaneamente membros da Confraria da Maçã, criada em 2008 e com
sede em Moimenta da Beira. Obrigado Zé Carlos pela magnífica viagem entre a
Granja Nova e o espetacular armazém em Armamar. Toneladas de um produto
magnífico a viajar pela «Rota da Maçã», nascida e consolidada nesta região da
Beira Távora.
Viva a República das Maçãs!
António Bondoso
Jornalista
Outubro de 2019.
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