2020-07-12

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - 45 ANOS À ESPERA DE DEDICAÇÃO E VERDADE...PARA DAR SENTIDO AO LEMA "UNIDADE, DISCIPLINA E TRABALHO". 

O que vou dizer…é o que vai ficar escrito.
Sobre S. Tomé e Príncipe e os 45 anos de independência desse meu «país do sul».
Depois de um colonialismo madrasto e apesar de uma colonização mestiça, a liderança de «setenta» - aproveitando os ventos bipolares da conjuntura internacional – preferiu uma independência imediata, sem cuidar de estabelecer bases sólidas para o futuro de um país novo.
INDEPENDÊNCIA TOTAL ÇÁ CUÁ CU POVO MECÊ!


Texto de A.B. sobre foto de Mário Montenegro - publicada no grupo do facebook «Amigos de S. Tomé»

Com «fome legítima de liberdades», sem «quadros intermédios», de que a administração colonial não cuidou seriamente em mais de 500 anos – localizando muito pouco – sem projetos de visão que pudessem compensar as quebras de produção do cacau e do café…o país habituou-se “preguiçosamente” às chamadas «ajudas internacionais». Primeiro e durante o regime de partido único – a cooperação com os países de Leste, com Cuba e com as outras ex-colónias portuguesas em África manteve a «economia planificada». Timor vivia a ocupação indonésia. Depois da «queda do Muro» e da implosão da ex-URSS, o país foi confrontado com a abertura democrática e com a chamada “economia de mercado” para a qual, evidentemente, não estava minimamente preparado.
Foram tempos difíceis. E a degradação, da economia ao património – passando pelo pilar fundamental da Justiça – plantou a angústia nos corações dos santomenses.
De repente o petróleo…e a natural parceria estratégica com a Nigéria. Águas territoriais divididas a régua e esquadro foram alimentando a ideia fácil e o risco de corrupção. Como lembrou em tempos Almeida Santos, «o petróleo e a felicidade dos povos que o produzem não costumam andar a par»! Por outro lado, não é que seja propriamente uma miragem. Mas o petróleo tem sido, até hoje, pouco mais do que um lenitivo. O Turismo foi fazendo o seu caminho – agora interrompido pela “pandemia” – mas as pescas e a agricultura foram ficando para trás.
E depois o tempo e a sua dimensão! Se é verdade que o «molimoli» ou o «leveleve» condicionam o dia-a-dia do povo e do país, é igualmente decisivo que, onde falta muito do que é básico e essencial, o tempo urge sempre!
E se a fraca produção, aliada à variável da flutuação dos preços nos mercados internacionais, se reflete inevitavelmente no PIB…fácil se torna perceber que o «dinheiro» não estica. Por outro lado, as «prioridades» assumidas pelo poder político nunca são de fácil explicação e raramente são consensuais. Dito de outra forma…habitualmente geram polémica. E com isto, não quero significar a ideia de «contraditório».
Longa vida a S. Tomé e Príncipe e ao seu Povo! 


Foto da Web. 
António Bondoso
12 de Julho de 2020

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