REDAÇÃO
Eu
gosto muito do Natal. É um tempo muito bonito e de festa. Celebra-se o
nascimento do «Menino Jesus». Quando eu era criança, aqui, não havia luzes às
cores nas ruas da Vila [hoje já há, mas quem manda diz que é preciso poupar
energia por causa da guerra]. E em muitas casas também não havia. Um candeeiro
a petróleo quantas vezes. E a lareira, claro. Normalmente na cozinha. E havia
frio e muita neve. E jogávamos ao «rapa» com pinhões. Eram baratos, não
custavam tanto como nos dias de hoje.
Quando eu era criança, lá longe, também não havia luzes às cores e a piscar nas ruas das Ilhas. E havia calor, muito calor…mesmo que faltasse um abraço apertado. Eu continuo a gostar muito do Natal. Mesmo que não receba prendas. Sonhei com um triciclo que nunca veio, pois talvez o Pai Natal nunca tenha recebido uma carta minha. Por essa altura não era conhecida a sua existência nem a sua morada e ninguém nos dizia que era possível escrever uma carta. Mistérios que fomos ultrapassando com o decorrer do tempo. E hoje ainda sonho em ser um dia o Pai Natal, mesmo que o saco das prendas seja muito pesado e que as renas estejam cansadas.
PAI NATAL
Um dia serei também o Pai Natal.
Mas só terei palavras como prendas:
Ser leal e solidário, ser justo e ter
caráter.
Poderei dizer aos adultos que mentir é
vergonhoso
Talvez possa dizer às crianças que a
verdade tem muitas caras
Muitos feitios e cores
Conforme os olhos que sentem.
Mas são seus…
Verdadeiramente
Os corações que não mentem!
=== Ant. Bondoso
Dez de 2016.
Entre a ilusão e a imaginação desta «Redação» adulta…talvez haja ainda um espaço para dar sentido ao que chamamos de «espírito de Natal». O espaço, infelizmente já diminuto, tem o nome pomposo de “esperança”. Alberga, apesar de tudo, valores como a dignidade, a piedade, a solidariedade. Com seriedade, é a esses três vértices da pirâmide humana que nos devemos agarrar para conseguir alcançar a meta do caminho que falta. Apesar de tudo…eu gosto muito do Natal.
Dezembro
de 2022.
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