Em
memória de Maria Emília Michel, que deixa os amigos mais tristes e a Rádio com
mais um espaço vazio.
MARIA EMÍLIA MICHEL…«assistente musical» que foi na Emissora Nacional, rumou em 1968 a S. Tomé e Príncipe a fim de iniciar – com Manuela Borralho (assistente literária e noticiarista) – o processo de transição do Rádio Clube local para o Emissor Regional da EN.
Foi
lá que a conheci e com ela privei, dando-se o caso de a consultar com
frequência para me enriquecer musicalmente os programas que eu editava, creio
que o Fator Z e o Expresso da Meia Noite.
E ficou, claro, a Amizade. Prolongou-se e permaneceu, até que – há já alguns anos – deixou de responder aos contactos. E, soube há minutos, deixou-nos hoje.
Para além dos convívios que
regularmente aconteciam no âmbito da Rádio, Maria Emília Michel rapidamente
conquistou a Amizade de outras pessoas da «terra», não só colonos, assumindo
ser madrinha de algumas crianças.
E depois, nunca esqueço, essa boa disposição permanente e uma disponibilidade admirável para colaborar e participar. Neste contexto, vêm à memória as «brincadeiras» que tiveram lugar por ocasião dos 500 anos da descoberta das Ilhas, com a presença de Américo Tomaz, e os acontecimentos do 25 de Abril de 1974. Por essa altura, destaque para as madrugadas que passámos a gravar em bobina, à velocidade de 7e meio ou a 15, muitas canções da chamada «música de intervenção» que eu possuía em fitas pequenas e gravadas a 3,3/4 e em 4 pistas. Origem em alguns camaradas meus do serviço militar que eram mobilizados na «metrópole». Alguns já falecidos, infelizmente. Recordo que a EN não possuía esse tipo de música ou, por meio da censura do lápis amarelo, algumas faixas eram inutilizadas.
Até
sempre camarada e amiga.
5
de Abril de 2023.
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