NÃO É FÁCIL SONHAR...
...mas é importante
partilhar!
Talvez não seja tão linear como parece admitir que é
fácil a função de sonhar. No “módulo de sono”, continua a ser um emaranhado
complexo de estudos, interpretações e incertezas. Sonhar, sobretudo de olhos
abertos, pressupõe memórias e desejos, vontades fortes, caminhos a perder de
vista, imaginação fértil e uma interminável sensação de poder. Mas permanecem
as incertezas...capazes, por si só, de fazer abortar o sonho mais prometedor, o
mais consolidado. Castelos no ar – diz o povo – castelos de cartas em dias de
vento ou até mesmo castelos de areia em praia de maré cheia.
Não há
sonho sem risco, portanto! E por isso, convém adornar o sonho com uma dose de
forte personalidade, de caráter e de conhecimento. Vontade de buscar sempre, de
aprender a cada passo, de emendar quando se erra. E depois...plantar e cultivar
o que se chama de Amizade. É um condimento essencial do “sonho”, fundamental
para o desenvolver e concretizar.
Escrevi em
tempos um poema, no qual salientava que Amizade
é “ter dúvidas (...), quase nunca estar de acordo./Amizade é gostar sempre/é
como aprender a crescer!”. Entretanto, adquiri agora mais um livro do grande
escritor, ambientalista e jornalista chileno Luis Sepúlveda – História de um gato e de um rato que se
tornaram amigos. Baseado num episódio que, pelos vistos, marcou a vida de
um dos seus filhos, o livro é exatamente uma fábula sobre o valor da amizade.
Apresentada de forma divertida, sugere que “os verdadeiros amigos apoiam-se um
ao outro e juntos aprendem a partilhar o que de melhor têm dentro de si”.
Esta história,
que recomendo verdadeiramente, serve-me hoje de ligação
e de apresentação ao evento de uma primeira vez. Uma exposição de
pintura da amiga Luisa Moura, que trazia o sonho dentro de si – talvez desde
sempre! – apresentar publicamente os seus trabalhos. Não foi fácil, mas lutou
por isso. E, por intermédio de alguns amigos, conseguiu incentivos e arranjou
uma “madrinha” – também ela amiga dos amigos – que, aos quadros dela, juntou os
seus, ajudando a fazer brilhar o espaço e...o sonho! E assim, transformando uma
sala de ginásio [da Junta de Freguesia de S.João de Deus, em Lisboa] numa
galeria de arte, a Luisa voou além do sonho. E o mais importante não foi o
número de quadros vendidos. Foi, isso sim, o empenho, a alegria, a camaradagem,
a solidariedade – o convívio!
A Tita e o
Salgado, a Mena, a Migui, o João, a Amparo e a Mami estiveram presentes,
participaram e acarinharam. Depois vieram outros e viram, sorriram, registaram –
como a Isabel e o Carlos, o Luis, o Geo, a Luisinha, a Milé, a Olinda e o
Alfredo, mais um Carlos, uma outra Luisa e mais um Luis, a Fátima, um outro
Carlos que se juntou ao António. Foram mais de cinco, se contarmos bem. Todos
juntos, deram um rosto ao sonho da Luisa. Parabéns...ficamos à espera de uma
renovada iniciativa.
António Bondoso
Julho de 2013.
Jornalista – C.P. 359
António Bondoso
Julho de 2013.
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