À VOLTA DE MIM E DO MUNDO!
Visões apocalíticas sobre o que resta do nosso mundo são mensagem cotidiana. Desde há muito.
Em 1991 - por exemplo - William S. Burroughs publicou O FANTASMA DE UMA OPORTUNIDADE, no qual traça uma "parábola sobre a destruição do meio ambiente pelo homem".
Figura tutelar da Beat Generation, Burroughs foi considerado por Norman Mailer como "o único escritor americano possuído pelo génio".
A efémera república socialista LIBERTÁLIA que ele fundou em Madagáscar, pela mão do "capitão Mission", acabaria por ser destruída pelos interesses cruzados da alta finança internacional. E nos seus pensamentos, reflexões e advertências, Mission chegaria à conclusão de que "O tempo é um mal da humanidade; não é uma invenção humana, é uma prisão humana".
Partindo deste pressuposto, ofereço-vos hoje a leitura deste poema ainda não publicado: O TEMPO...Esse Mistério!
Foto de A.Bondoso (por telemóvel).
O
TEMPO…ESSE MISTÉRIO! (A Publicar)
O tempo que em mim habita
Não me pertence
De todo…
Chegou em prenda de vida
Há de partir moribundo.
E foi um tempo reduzido de menino
Adolescente difícil quanto baste,
Um estudante sem tempo
E jovem adulto lá na guerra transformado
Com profissão definida já na Rádio.
Um tempo
Que sem ser apenas meu me afetou
Um tempo que me ensinou a crescer
E até mudou
Sem ser precisamente um tempo novo.
Invenção intemporal
Antes do homem nascer
O tempo que em mim habita
Há de levar-me com ele:
Vivo ou morto
Em forma de um telefone
Porque não computador
Ou mesmo de microfone?
O tempo que em mim habita
Numa espera clandestina
Vale o tempo da espera
De ser o que já não é.
Agora é um tempo de subir o rio
Para uma viagem sem tempo
Mas com vida…
Jornada sempre nova nos processos
Com um destino marcado
Sem um tempo de chegada anunciado.
======= A. Bondoso (A Publicar)
De um autor que desconheço...em viagem por STP.
António Bondoso
Dezembro de 2013.
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