NELSON MANDELA – O POEMA DO HOMEM COMEÇA AGORA!
NELSON MANDELA – O POEMA DO HOMEM COMEÇA AGORA!
“Tudo
principia no princípio/o nascimento e a morte/…/ - O poema principia no fim!”
São letras e palavras de um poema de Luís Veiga Leitão
que, tal como Madiba, conheceu os horrores da prisão e da tortura. E como disse
Mandela, “tudo é considerado impossível até acontecer”! Por isso, o seu “poema”
começa agora. Para que a memória não se apague e possa iluminar os que tomaram
as rédeas do destino. Nelson não mudou apenas um país. Conseguiu (re)
construí-lo sobre os escombros de um regime controverso, polémico, desumano. E
fê-lo com um grande coração e com uma mente aberta e visionária. Mandela soube
perdoar sem perder a firmeza dos grandes líderes. E não conseguiu apenas um
Estado democrático e de direito – ganhou também uma Nação.
Partilhou
a dor e o sofrimento mas igualmente a alegria de não levar consigo qualquer
segredo. Todos puderam aprender as suas lições de vida, seguindo pensamentos
metodicamente elaborados e que – nesta hora do seu passamento – quase atingem o
limite da vulgaridade.
Socorro-me
então, de novo, de Luís Veiga Leitão – para recordar que, ao prisioneiro (como
um navio), pode cair-lhe a pintura e até o próprio nome, “Mas o mar está dentro
dele/ e não há força que o dome”. E o Poeta e Mandela foram homens que vieram
“dos cárceres da noite” e “vestidos de pedra”.
Perante
tais gigantes, escuso-me a dizer mais seja o que for. Prefiro partilhar o
silêncio dos humildes. E sei que o “poema” de Nelson Mandela começa agora…no
fim!
António Bondoso
5 Dezembro de 2013.
A.Bondoso
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