UMA JANELA PARA O MUNDO.
( Publicada na sexta-feira no jornal Correio Beirão).
UMA
JANELA PARA O MUNDO.
Não é certamente por causa da
neblina poluente que, ao abrir a janela esta semana, quase sou obrigado a um
pisca-pisca de olhos e de olhares que me causam apreensão. Mais do que a FN
(Frente Nacional) em França – com a preciosa ajuda de Hollande – franjo o
sobrolho ao que pode vir a ser o princípio do fim de Maduro na Venezuela.
Incapaz de exorcizar os fantasmas, o homem já vê conspirações em tudo quanto é
sítio. Mas, ao contrário do que sucedeu com Chavez, a situação económica e
social é muito débil. Bastará um pequeno passo para que a sua liderança
populista esteja minada. Pode ser um rastilho para outros países da América do
Sul, mas a grande preocupação reside no facto de ali viverem e trabalharem
muitas centenas de milhar de portugueses.
No que respeita à Crimeia e à
Rússia, a corda já foi esticada para além da capacidade de tensão. Se é certo
que a Crimeia é um caso arrumado – por muito que os EUA e a UE tentem esgrimir
com o argumento de que o Kosovo foi diferente [foi e foi muito, mas sempre de forma
unilateral por parte dos “vencedores” militares] – o mesmo já não acontece com
o que ainda está para vir. O ambiente “nacionalista” de Putin vai ter muitas
dificuldades para explicar o “afastamento” da Rússia do G-8 [até novas
núpcias], com todas as consequências económicas e financeiras que se possam
imaginar, para além do facto de ter começado a fuga de capitais do país. O
aumento do preço do gás – perigoso se for excessivo – não chegará para cobrir o
“desfalque”. Vamos estar atentos.
AB
António Bondoso
Março de 2014
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