PORTUGAL, CHINA, LUSOFONIA E CPLP - UM ATRASO DE 20 ANOS.
A PROPÓSITO DA AICEP E DOS SEUS DIRIGENTES
(http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/aicep-quer-portugal-porta-ligacao-da-china-os-paises-da-cplp)
Neste livro que agora vem a público, conto uma história da qual deixo aqui um breve resumo.
“No
plano das grandezas quantitativas, Macau é um pequeno ponto, uma pequena cidade
oculta pela grandeza da China. No plano dos valores qualitativos, porém, Macau
é exemplo de uma construção política sem precedentes e que corresponde à sua
vocação histórica de ser um nó de ligação entre espaços entre gentes e entre
culturas”.
Vasco Rocha Vieira, 1996[1]
Premonição ou não…o facto é que o
ex-Governador daquele território lutou pelo reconhecimento desse estatuto,
chamando a atenção das autoridades portuguesas para os benefícios futuros de
uma atempada “jogada” diplomática que permitisse a Portugal ter o apoio da
China – numa parceria de aceitação comum – na definição de uma plataforma de
interesses no âmbito da afirmação da CPLP e da Lusofonia.
Sem resposta – um hábito dos governos
em Portugal – Rocha Vieira procurou, apesar de tudo, abrir caminhos a futuros
empreendedores e empreendimentos, lançando nomeadamente Moçambique, Cabo Verde
e Brasil. (...)
[1] - Governador de Macau, em
25 de Novembro de 1996, por ocasião da apresentação das LAG/97 na Assembleia Legislativa. Apud Em Macau Por Acaso, 1999. Pg.37.
(...)Portanto, na chamada
viragem do milénio, Portugal perdeu uma oportunidade de “vantagem” que, com a
atual crise, mais agrava a já débil situação geopolítica, pese embora a sua
pertença à União Europeia. O país não tem “estatuto” e tem visto enfraquecido o
seu tradicional “peso diplomático”. Não apenas com a China – também com os
Estados Unidos da América.
Por isso é que merece a
pena refletir bastante sobre um dos últimos textos de Miguel Monjardino no Expresso[1]. O título da crónica, por
si só, não parece relevante [Xi Jinping
Em Angra]…mas um terço da página a “6 colunas” revela que, de novo,
Portugal reconhece a crescente importância de Pequim para o país e faz questão
de enviar esse “recado” político a Washington, querendo dizer que a “relação
com os EUA não pode depender só das Lajes”. Lisboa e Pequim pretendem
apresentar “uma parceria estratégica global”, o que – apesar das diferenças dos
dois países na cena internacional – significa que há [deve continuar a haver]
uma estratégia que “serve os interesses dos dois países no mundo”.
E é exatamente neste
ponto que deve ser apreciado o quadro da CPLP e da Lusofonia, tendo por fundo o
Fórum de Macau. Portugal, melhorando e reforçando a sua relação com a China,
pode “quantificar” e “qualificar” o seu peso no xadrez da CPLP.(...)
NOTA: = Aceitam-se encomendas do livro EM AGOSTO...ALUZ DO TEU ROSTO, diretamente para o autor através do e-mail antoniobondoso@gmail.com
Preço de capa (€12,00) +portes.
António Bondoso
Jornalista
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