2014-10-20


JOÃO MATIAS PIRES
DEIXOU-NOS AOS 91 ANOS DE IDADE UM DOS "ESCRAVOS DO PARAÍSO" E PAI DA BETTY, DA SILVINA, DA TINITA, DA NÉNÉ E DA LUSITA. 

João Matias Pires, natural da Guarda, chegou a S. Tomé com quase 22 anos de idade, em 1945, cumprindo o serviço militar. Mecânico auto e apaixonado pelos carros, ficou responsável pelas oficinas do comando, numa época em que o governador acumulava o cargo de comandante militar. No livro, o Sr Pires recorda a piscina velha - quando chegou o Clube Náutico ainda não tinha projeto - e o comboio: Saía da cidade, passava pelo Bombom e pela Trindade e ia até uma roça que era do Silva&Gouveia. Transportava passageiros mas também o saibro para aterrar os pântanos junto à cidade. Pouco tempo depois de chegar, o cabo Pires foi chamado para ser motorista do governador Carlos Gorgulho e passou a ser o seu "homem de confiança": ia a bordo dos navios levar o correio diplomático e mais tarde aos aviões. Essa confiança - quase diria - manteve-se até hoje, 19 de Outubro de 2014. Leva consigo ainda alguns pormenores do tempo passado em S. Tomé, sobretudo relacionados com o seu trabalho direto com o governador Gorgulho. Mas, apesar de tudo, teve a coragem de me relatar alguns episódios do período "negro" de 1953:


Não foram apenas estes tristes acontecimentos do "Batepá" que prenderam o sr Pires àquelas ilhas. Talvez tenha ficado apaixonado pelo antigo Buick de 8 cilindros em linha, que era o que mais gostava dos 3 carros do Palácio. Tinha o volante à direita. 
Foi em S.Tomé que casou com D. Maria Benta, também ela já falecida e com quem viveu em Tourém, após o regresso em 1974. Vai ficar sepultado em Seia.
Às filhas e aos netos, deixo o meu sentido abraço de amizade. 
( Passos da História de João Matias Pires, nas páginas 102, 103, 104, 105, 107, 108, 115, 117, 118, 168, 169, 170 e 171). 

ANTÓNIO BONDOSO
JORNALISTA.



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