Entre a «pandemia» e o drama dos doentes da Junta Médica, a Mén Non – Associação das Mulheres Santomenses em Portugal – vai vendo crescer os resultados da sua década de existência e, simultaneamente, a responsabilidade dos projetos que tem em mãos, como a realização do seu 3º Congresso, a 19 de Setembro, e a consolidação do desejado Amolê Pedaço (ou Pedasu) – alargando o «Espaço Alda Espírito Santo» no Bairro do Padre Cruz, na zona norte de Lisboa.
Entretanto, de acordo com a Presidente Fatinha Vera Cruz, a Mén Non vai concentrando atenções na sua «Feira do Livro», a décima edição – mais uma vez online devido às restrições impostas pela pandemia – na qual estão representados 117 autores, o maior número já registado, entre santomenses e/ou seus descendentes e autores de outras nacionalidades que têm escrito sobre S. Tomé e Príncipe em particular ou sobre África em geral. Apesar de tudo, a iniciativa «online» leva vantagem sobre a presencial, uma vez que proporciona contactos com grande número de países. O ano passado resultou.
A
«Mén Non», que congrega 400 associados – embora a pandemia tenha vindo a “desviar”
alguns – desenvolve, como é sabido, outras atividades, demonstrando uma
dinâmica de louvar. Ao mesmo tempo que prossegue a sua campanha de
sensibilização contra a violência e maus tratos às mulheres – apesar da falta
de alguns apoios que possam ajudar a concretizar as iniciativas no «terreno»,
os dados que mais preocupam chegam de S. Tomé e Príncipe. Para ajudar,
necessitam do apoio dos média no país, de modo a promover debates e conversas
que atinjam vastas camadas da população. O objetivo é abandonar um pouco as
redes sociais digitalizadas. Gostariam que a Rádio e a Televisão públicas se
envolvessem mais. É preciso mudar mentalidades e as leis no país.
Uma outra ação sistematizada é a
angariação e distribuição de bens alimentares, sobretudo aos doentes da «Junta
Médica» que atravessam dificuldades de vária ordem em Portugal.
Há ainda outros projetos em preparação, nomeadamente o da consciencialização para os Direitos Humanos das Mulheres; a continuação do sucesso que foi a publicação de «Histórias e Contos Tradicionais Santomenses», agora pensando na edição em outras línguas de STP, como o «lunguiê» no Príncipe e o «anguené», na região de “Angolares”.
Voltando ao projeto de maior
envergadura, o Amolê Pedasu, que conta com um financiamento da EU a 3 anos, está
previsto desenvolvê-lo em 3 localidades do norte de Lisboa: Ameixoeira,
Galinheiras e Charneca do Lumiar. Não é um projeto apenas para santomenses,
pois abrange migrantes de outras nacionalidades. O objetivo é conseguir refeições
diárias para 50 famílias. E, repito, abrange o tal espaço de homenagem a Alda
Espírito Santo, a funcionar para já numa sala cedida pela Câmara Municipal de
Lisboa, num edifício do Bairro do Padre Cruz.
António
Bondoso
29
de Julho de 2021.
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