2021-12-09

O «espírito» do Natal subvertido…ou de como se «vende» a ilusão.

É triste saber do Natal. Desse Natal que nos é apresentado pela publicidade televisiva. É triste saber do negócio. E saber que há tantos a participar nele. E saber que ele se expande com indiferença. É a pior face de uma época que vamos vivendo sem questionar o «desvio» e sem atender às consequências. Por isso, dei forma a palavras e ideias simples que vos deixo: 


Foto de António Bondoso

Se o Natal vier

Como é suposto

Que demore meses a moldar

E a modelar

A forma de um rosto

De uma alma sofrida.

 

E será Natal sempre que a água correr

E será Natal sempre que o Sol aquecer

E será Natal sempre numa noite clara

E com as estrelas a brilhar.

E será Natal sempre que um homem pensar

[isto sou eu em delírio]

No seu vizinho do lado

Nas crianças sem brincar a céu aberto

Teimando ainda e sempre um seu sorriso

Meio aberto

Sabendo que não há chaminé

Nos campos ali ao pé.

 

Mas será sempre Natal

Como é suposto.

Mesmo sabendo que tantos de nós

Nem sequer terão à mesa uma filhós…

…que desgosto!


Foto de José Guilherme Pontes

António Bondoso

Dezembro de 2021. 
 

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