Sabemos, por outro lado, que uma «História»
nunca é definitiva, sobretudo a dos países e do seu relacionamento. Por muito
que as «fontes» permaneçam, há sempre a tentação de uma nova leitura. Mas
Armindo Espírito Santo disse a este blogue «Palavras Em Viagem» que a sua “linha de investigação não se afasta da linha
conhecida, sobretudo da portuguesa. Há certamente algumas opiniões diferentes,
uma visão do economista sobre a história, mas isso não significa uma linha de
investigação diferente em busca de novas verdades. Por outro lado, o livro
baseou-se, essencialmente, nas fontes já conhecidas. Introduz alguns elementos
novos (poucos) como é o caso da cobra preta que novos avanços científicos
recentes (2017) demonstram que é nativa, e não introduzida pelos portugueses,
como se argumentava. Por outro lado, discute a questão das crianças judias,
sobretudo as causas da morte de um elevado número em tão pouco tempo.” A
investigação, reforça Armindo Espírito Santo, “levou-me sobretudo à desconstrução
dos mitos; às causas das mortes das crianças judias; aos motivos dos vários
conflitos de toda a ordem, que nada têm a ver com os atuais conflitos”.
O autor desta «História de S. Tomé e
Príncipe», que é investigador do Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento
(CEsA/ISEG-UL) e presentemente investiga história, cultura e economia de
STP, do passado ao momento atual, acrescenta que o seu trabalho foi realizado
de forma autónoma, sem ajudas de qualquer organismo público ou privado – quer
em Portugal, quer em STP.
Apesar disso, destaca que este livro é o primeiro de três que espera publicar sobre história, economia, cultura e demografia (sobretudo a evolução da população) de STP. O próximo pretende cobrir o período compreendido entre meados do século XIX a Dezembro de 1974 (fim do regime colonial - 2ª colonização). O último estender-se-á até à atualidade e vai do período de transição política até aos nossos dias.
A apresentação desta “História de S. Tomé e Príncipe”
vai estar a cargo do historiador português Arlindo Caldeira, consensualmente
considerado nos meios académicos como aquele que melhor conhece a História do
período moderno de STP, entre os séculos XV e XVIII.
O evento vai decorrer no dia 29 do corrente, 2ª feira, pelas 18h00, no auditório da UCCLA em Lisboa – sito na Av. Da Índia, nº110.
António
Bondoso
Novembro
de 2021.
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