2023-01-20



No tempo da «outra senhora» não era permitido publicar notícias más ou desagradáveis…nos tempos que vão correndo esquecem-se as notícias boas e positivas ou, simplesmente, vão sendo «varridas» e empurradas para baixo dos computadores. 

É como que uma «escola» seguidista, sem criação e – quantas vezes – até mesmo sem reação. Dito de outra forma, são os média «justiceiros», não lhes bastando o poder de escrutínio e de crítica. O «Populismo» começa aí, sem dúvida. Embora o PR diga que “escrutinar governantes não é populismo”. E não esquecendo que ele próprio foi distribuindo publicamente «guias de marcha» a Ministros e a Secretários de Estado, esquecendo o dever institucional do recato, cedendo – naturalmente – ao populismo. Agora, contudo, diz não se pronunciar sobre casos concretos.  

         Vai daí, lembrei-me que poderia legitimamente «formar» o que se pode designar como O MINISTÉRIO DOS «MÉDIA». Omniscientes, Omnipresentes e Omnipotentes, desfilando ou fazendo desfilar uma enormidade de especialistas e de comentadores.

Todos juntos, descobriram recentemente que, afinal, o governo não tem apenas 10 meses de maioria absoluta. O «desgaste», dizem, já vem de 7 anos de governação anterior. Uma conclusão de alguma verdade, não se desse o caso de – desde 2015 – os ministros terem entrado e saído ou simplesmente terem mudado de pastas, de acordo com a necessidade de ir ultrapassando as dificuldades que foram surgindo. Todos sabemos quais foram e vão sendo. Como sabemos, igualmente, que nem sempre as escolhas são fiáveis. E de repente, alguém se lembrou da «ética republicana». Que não se deve limitar aos governantes e aos políticos de uma forma geral, incluindo o PR e as oposições, para já não falar dos média. Que, do meu modesto ponto de vista, poderiam formar, mais ou menos assim, o «Novo Ministério»: 




RTP = 1ºM, Ministros De Estado e das Comunidades.

SIC = Infraestruturas e Propaganda

TVI = Economia e PRR

Público = Assuntos Parlamentares

JN = Finanças e Descentralização

Observador = Nomeações e Negócios Estrangeiros

CM = Entretenimento e Fait Divers

Lusa = Ética Republicana.

DN = Cultura. E História e Geografia, para além das «Artes», claro.

====Deixo ao vosso critério o desafio de um exercício com resultados diferentes. E não resisto, mais uma vez, a recuar aos tempos das «farpas» de Eça e de Ramalho:       
“(…) Portugal, não tendo princípios, ou não tendo fé nos seus princípios, não pode propriamente ter costumes.

Fomos outrora o povo do caldo da portaria, das procissões, da navalha e da taberna. Compreendeu-se que esta situação era um aviltamento da dignidade humana: e fizemos muitas revoluções para sair dela. Ficámos exactamente em condições idênticas. O caldo da portaria não acabou. Não é já como outrora uma multidão pitoresca de mendigos, beatos, ciganos, ladrões, caceteiros, que o vai buscar alegremente, ao meio-dia, cantando o Bendito; é uma classe inteira que vive dele, de chapéu alto e paletó.

Este caldo é o Estado. Toda a Nação vive do Estado.” (…) Ou quer e pretende viver!

António Bondoso

Janeiro de 2023. 


 

Sem comentários: