2023-12-01

AS MULHERES DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE EM PORTUGAL, A CPLP E A    SOLIDARIEDADE NO ESPAÇO LUSÓFONO

                                                  Fatinha Vera Cruz - Presidente da Mén Non 

A “MÉN NON” NA CPLP…ou de como as organizações da chamada sociedade civil ajudam a dar corpo à instituição dos «nove» – um projeto em permanente aperfeiçoamento, no dizer de Zacarias da Costa, o atual Secretário Executivo.

                                           Zacarias da Costa - Secretário Executivo da CPLP

Interrogava-me eu há dias sobre qual seria a razão de – entre a fraca visibilidade política e mediática e o trabalho permanente dos mais diversos setores das chamadas «sociedades civis» – faltar ainda à CPLP o «poder» para se afirmar definitivamente como Instituição válida no concerto internacional, particularmente no âmbito da promoção do espaço «lusófono».

Não há igualmente muito tempo, também eu dizia que «OU A CPLP SE ASSUME DEFINITIVAMENTE COMO «GUARDA-AVANÇADA» DA LUSOFONIA – E DOS SEUS VALORES – ou mais vale empacotar o passado e guardá-lo no sótão do futuro incerto.

Não tem sido meu costume «celebrar» datas «impuras», como a dos recentes 27 anos da CPLP, completados em Julho – mas acontece que, agora, a minha ligação umbilical a São Tomé e Príncipe, a que eu chamo carinhosamente o meu «País do Sul», faz-me voltar ao tema. A Associação das Mulheres de STP em Portugal, a MÉN NON, viu recentemente ser-lhe atribuído o estatuto de «Observador Consultivo» da CPLP.

                                         Aspetos dos participantes - presencial e virtualmente

Reconhecido em 2005, em Luanda, regulamentado em 2009 na cidade da Praia, o estatuto de OC tem vindo a ser alargado pelo Secretariado Executivo a diversas instituições sendo que, na XIV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em S. Tomé em Agosto deste ano, foram distinguidas mais sete organizações com essa categoria, entre as quais a MÉN NON. O número atingido -120 -tem já algum significado e relevância, embora os responsáveis digam que ainda não é suficiente. Dando sequência ao lema da cimeira mais recente, Juventude e Sustentabilidade, o Secretariado pretende tornar a CPLP mais visível junto dos cidadãos dos Estados Membros. Já no dia 5 de Dezembro, por exemplo, vai acontecer uma Conferência Internacional sobre os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, um tema demasiado atual. E depois seguem-se outros eventos em que estarão em debate algumas visões para o presente e o futuro da CPLP, com destaque para a Educação, Desenvolvimento e Cidadania.

 

António Bondoso conversa e entrega a Zacarias da Costa o seu livro LUSOFONIA E CPLP

Tudo isto no âmbito das 15 Comissões Temáticas que vão trabalhando, nomeadamente nas áreas da “Promoção e Difusão da Língua Portuguesa; Educação, Ciência e Tecnologia; Ambiente, Cidades e Territórios (em preparação a 1ª COP Lusófona, no Brasil, em 2025); Economia, Empresariado e Investimento; Assuntos Culturais e Direito e Justiça”.

No que diz respeito à Mén Non, a presidente da Associação – Fatinha Vera Cruz – recordou como principais eixos estratégicos «a Educação e Cultura e a Saúde e Apoio Social», apesar de considerar que as mulheres estão em todo o lado! Sendo a sua missão dirigida particularmente às mulheres imigrantes são-tomenses, um dos objetivos é colaborar com as entidades de Portugal e de STP em matéria de justiça  segurança social e saúde, nomeadamente com origem no Gabinete de Apoio e Acolhimento. Outras iniciativas passam pela distribuição de bens; oficinas criativas; visitas de conhecimento, integração e lazer e realização de conferências. Ainda fundamental é a colaboração com a CPLP no seguimento do Plano Estratégico da Igualdade de Género.


Parabéns à Mén Non também porque amanhã (Sábado) à noite (a partir das 19.00), vai promover um Jantar de Gala de Beneficência no restaurante «É Uma Mesa», em Lisboa. Juntando o «glamour» e a ajuda ao próximo, o evento pretende levar nesta época mais sorrisos aos doentes de Junta Médica e aos mais carenciados.

         O contributo das sociedades civis dos Estados Membros pode vir a ser, de facto, como que um «golpe d’asa» no tão discutido «marasmo» da CPLP, puxando pela iniciativa política, sobretudo do Brasil, Angola, Portugal e Cabo Verde.

António Bondoso

1 de Dezembro de 2023.


 

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