VOTAR !
A PROPÓSITO DA MINHA CRÓNICA DE HOJE NO JORNAL BEIRÃO:
A TÁTICA DO QUADRADO...
...ou de como todos os caminhos vão desaguar numa
Assembleia de Voto. No domingo, dia 29, mostre a si próprio que – não sendo
nada fácil – é ainda capaz de discernir entre o que está em causa nas
“autárquicas” e a (má) governação do país. Proteste...mas não deixe de votar!
Por muito
que houvesse tentado fugir...não consegui abstraír-me do tema “eleições”. Pela
simples razão de que – vendo, ouvindo e lendo, como dizia Sophia – vou
percebendo a cada dia a frustração e a angústia de quem me rodeia,por mais
afastado que esteja. E esse estado de alma das pessoas é meio caminho andado
para se afastarem da política e dos políticos.
Mas por
muito que se tente passar a imagem de que todos os políticos são iguais...isso
não é inteiramente verdade! Cavaco Silva desiludiu a maioria dos portugueses? É
verdade que sim. Passos Coelho e Paulo Portas mentiram aos eleitores? Também é
verdade. Foram co-responsáveis pela crise política que se somou à crise
económica internacional e que José Sócrates não foi capaz de antecipar?
Igualmente verdade. E o PCP e o BE não contribuiram da mesma forma para agravar
essa crise política? Certamente que sim. Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã não
se podem separar das inundações que eles próprios também ajudaram a provocar. E
os que agora aparecem como falsos “independentes”ou quase – alguns não hesitam
mesmo em abjurar a simbologia dos partidos no poder – pensam ser possível
enganar toda a gente. Mas não é fácil. E se, por algum momento, o texto pode
deixar a ilusão de que “são todos farinha do mesmo saco”, é fundamental que eu
desminta a ideia. Há seguramente uns mais do que outros. Os parceiros do
governo são os responsáveis pela cegueira dos cortes que afetam os pensionistas
e reformados. Votemos noutros!
Por isso,vale
a pena lembrar que é preciso manter a lucidez – o mais que pudermos, de acordo
com a nossa aprendizagem de cultura política e democrática, pelo menos nos
últimos quarenta anos. Não percamos a dose, por mais ínfima que seja, do
direito e do dever de poder decidir sobre qual o melhor caminho para o nosso
futuro coletivo – seja no concelho de cada um, seja no país. E isso só o poderemos
concretizar...participando!
Nestas
eleições do próximo domingo, há também aqueles que – por ambição pessoal desmedida
– pretendem manter-se no poder para além dos limites razoáveis da ética,
fazendo tábua rasa do espírito da lei que eles próprios ajudaram a elaborar e
aprovar. A resposta só pode ser uma: pelos valores da decência, votemos
noutros! E há ainda aqueles que só agora se apresentam como líderes na
tentativa de conquistar o poder. Apesar de tudo...são uma alternativa! Tal como
os verdadeiros independentes que, por força da lei, só nas autárquicas podem
exercer a sua plena cidadania.
Votemos
pois! Lembremo-nos de que, dizia Bertolt Brecht, da ignorância do analfabeto
político “é que nasce a prostituta, a criança abandonada e o pior de todos os
bandidos, que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos
exploradores do povo”!
António Bondoso
Jornalista – C.P.359
Setembrode 2013
António Bondoso
Set.2013
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