VARIAÇÕES...A PROPÓSITO DA EXPODEMO !
"A vila de Montalegre, conhecida como a "Capital do Misticismo", recebe a primeira de duas sextas-feiras 13 de 2013 com o espetáculo teatral "Magia da Lua Cheia", junto ao castelo. São cem mil euros de investimento com retorno imediato, num evento que espera 30 a 40 mil de visitantes." --- No JN online.
VEM ISTO A PRPÓSITO DA MINHA CRÓNICA DE HOJE NO JORNAL BEIRÃO:
A TÁTICA DO QUADRADO...
...ou uma resposta válida à pequenez, à mesquinhez, à
generalizada falta de visão e de arrojo dos líderes políticos ou ainda ao
tradicional miserabilismo português. Moimenta da Beira reage à crise.
E não me
consta que o atual presidente da câmara seja economista! Ou como diria um amigo
e camarada de profissão – ainda bem que ele não é economista!
Esquecendo
essa ciência, que não é exata, e ignorando a adjacente e ilusória perspetiva da
estatística, é tempo de sabermos colocar ambição séria nos projetos de
desenvolvimento, o que – é bom lembrar – não significa apenas crescimento. Por
outro lado, é sempre tempo de saber distinguir entre gastar e investir – na
certeza de que, havendo custos em qualquer dos casos, eles serão, no mínimo,
menos penalizadores no investimento. E a médio e longo prazos,com uma gestão
cuidada e acertada – sem deixar de ser ambiciosa – haverá seguramente retorno.
Ouvi e registei alguns comentários a propósito da
Expodemo, que vai decorrer em Moimenta entre 20 e 22 de Setembro:- já viu o que
se vai aqui gastar? Não deixará de ser uma interrogação legítima, mas talvez só
possível num cidadão menos interessado ou menos atento. Ou mesmo de má fé, por
motivações desconhecidas, ou ainda pela atitude ligeira e própria das
tradicionais e descontraídas conversas de café.
A qualquer momento, todo o cidadão terá o direito a ser
informado, quer através do próprio executivo, quer por intermédio da Assembleia
Municipal. E tem também o dever de, mesmo no imediato, saber contabilizar os
ganhos do concelho, quer no que respeita à divulgação do bom nome da terra e
das gentes, quer nos negócios potenciais à volta da restauração e do comércio,
quer ainda na promoção dos produtos e serviços da região. E aqui se inclui,
naturalmente a Cultura, desde sempre um veículo motivador da economia – embora
nem sempre devidamente aproveitado.
Os mais atentos, certamente saberão que se multiplicam as
iniciativas empresariais à volta do Património – imaterial ou edificado – e na
órbita das chamadas empresas culturais e iniciativas criativas. Por exemplo, na
segunda quinzena de Outubro, na Casa das Artes, no Porto, vai ter lugar mais um
evento sobre empreendedorismo cultural:- “Seminário Internacional sobre
Património Cultural – Economia e Emprego”.
Acresce igualmente que os mais atentos, e menos jovens,
talvez se lembrem do impacto que a Bienal de Artes gerou em Vila Nova de
Cerveira, a partir de 1978 – uma época em que muito poucos apostavam nos
aspetos culturais. A iniciativa, que vive e se afirma, ofereceu a Cerveira o
título de Vila das Artes e uma notável capacidade empregadora.
E ainda não há muitos dias, pude ler na imprensa que
“Portugal devia saber vender melhor a sua História e a Cultura aos americanos”.
Como já disse e escrevi, é preciso arranjar capacidade para romper as muralhas
desta região interior. Só mostrando empenho e divulgando o que somos e o que
temos, com criatividade, poderemos chegar mais longe. Como dizia Miguel Torga,
o universal é o local sem paredes!
Então, deixo aqui a sugestão ao próximo executivo
camarário:- aproveitando a proximidade turística do Douro e a História que nos
cerca, deve considerar-se a possibilidade de convidar uma ou duas revistas de
nomeada, no âmbito do turismo cultural e gastronómico em língua inglesa, para
espalharem o nosso ADN. Os recentes “prémios” atribuídos ao Algarve e à Praia
de Dona Ana, não aconteceram por “obra e graça”.
António Bondoso
Jornalista – C.P. 359
antoniobondoso@gmail.com
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