QUANDO
A MEMÓRIA DOS AMIGOS NOS AJUDA A (RE)CONSTRUIR PARTE DA HISTÓRIA
Aprígio
António Malveiro chegou a S. Tomé em Abril de 1948. E lembra-se de que, ainda a
bordo do navio, fundeado ao largo, “…só via cubatas e casas de madeira no
Bairro de S. João”. Uma vez até se perdeu, com a mulher, no meio do canavial
dos pântanos da Ponta Mina.
Aprígio
António Malveiro foi Secretário da Câmara Municipal de S. Tomé no período
colonial, tendo vivido episódios de registo. Para além daquele que citámos
atrás, há outros que estão referidos igualmente no meu livro ESCRAVOS DO
PARAÍSO (2005, com MinervaCoimbra) – tal como os que merecem destaque nas
páginas em anexo e a propósito da sua relação de amizade com o Dr Mário Soares…que
um dia foi exilado para STP por ordem do ditador Oliveira Salazar. Para mal do
regime…viviam-se tempos conturbados com a célebre “Guerra do Biafra”.
O
Sr Malveiro acaba de nos deixar, após 93 anos de vida, não sem uma crítica às
contingências da austeridade nos serviços de saúde, recordando que ele foi
hospitalizado, recuperou das causas diagnosticadas…mas viria a falecer de uma
pneumonia “imprevista”.
Ao
Aprígio e ao Olavo, camaradas de longa data e também eles vítimas da relação de
amizade do pai com o ex-PR, deixo mais uma vez o gesto de um forte e sentido abraço.
Voltaremos seguramente a encontrar-nos um dia destes.
António
Bondoso
António Bondoso
Jornalista
Novembro de 2015.
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