FIGURAS E ACONTECIMENTOS DE 2021 – APENAS UMA VISÃO…ou de como cada olhar tem uma alma diferente, manipulando números e situações a seu bel-prazer.
Pandemia
e tudo à volta.
Nova
fase de alta pressão no SNS.
Inevitável
dissolução da AR, depois do chumbo do OE, vítima de mais uma «coligação
negativa» PSD, CDS/PP, BE, PCP.
O
triste e intemporal «sebastianismo» português, que muitos tentaram colar ao
Almirante Gouveia e Melo e mais uns quantos – com a sua falta de visão –
insistem em oferecer de bandeja à «extrema-direita».
Perda
de Desmond Tutu – o lutador sorridente na África do Sul.
Afirmação
do Papa Francisco – com intervenções de longo alcance social e político.
Fenómenos
sul-americanos:
Da eleição peruana de Pedro Castillo – um modesto professor primário que enfrenta as armadilhas dos tubarões da política – à nova vitória da esquerda chilena. Será que assistiremos a um novo 11 de Setembro?
António
Guterres:
Enfrentou
a estupidez de Trump (ONU, OMS, Clima, erros Afeganistão, Síria, Iraque,
Curdos) e depois dos dramas dos Refugiados e dos migrantes, o cenário da
Pandemia do SARS-Cov2 agravou a economia, a miséria e a fome. Mas Guterres não
saiu de cena e tem levado a sua luta ao extremo.
Vacinação
em Portugal e suas consequências:
Ser
«Grande» é ter conseguido uma taxa de vacinação fora do comum para um país com
a nossa dimensão. E ainda ser solidário – nomeadamente com os povos de língua
portuguesa; Ser «Grande» é ter posto o país a crescer de novo, sem o deixar
“bater no fundo”, sem cortar nas reformas e subir o salário mínimo; ser
«grande» é conseguir, depois da pior crise sanitária e financeira da história
moderna do país, voltar a diminuir o défice e voltar a ter um excedente no
terceiro trimestre de 2021; ser «Grande» é proteger a TAP quando já (quase)
nada nos pertence – nem a água, nem a energia – uma parte essencial da soberania
perdida.
Os
média e o mau serviço que têm prestado ao país:
E vou apenas falar da manipulação vergonhosa dos números relativos à vacinação (uma leitura enviesada das percentagens da dose de “reforço”), que ainda há dias estiveram em destaque na RTP1 – o canal público que todos continuamos a sustentar e que, por isso, merecia mais seriedade e mais competência. Registo a maléfica aproximação à CMtv. Não é sério pretender comparar os valores da Áustria e de Portugal, dizendo que o país está em 11º lugar enquanto a Áustria ocupa o 1º, sem referir que – enquanto Portugal tem uma taxa de vacinação total de 88%, a Áustria apenas atinge os 71,4%. Será difícil entender a forçosa necessidade do «reforço» por parte dos austríacos? Não é de espantar, por isso, que eles tenham acelerado o reforço para os 38%, enquanto Portugal se situa nos 23,5%. É este tipo de informação enviesada que é preciso desmascarar.
Agressões
Climáticas:
Por
mais «cimeiras» que se realizem, o drama já não vai ter solução a tempo do
anúncio do chamado «ponto de não retorno». A sobrepopulação «pisou» a economia
e as necessidades crescentes nas últimas décadas arrasaram com os recursos do nosso
planeta. E sabe-se que «este» planeta não é infinito. Registe-se, contudo, o
encerramento das centrais a carvão em Portugal.
Conflitos
Armados:
As
“Guerras por Procuração”, que proliferaram durante a 1ª Guerra Fria, estão de
novo a ganhar potencial um pouco por toda a parte, mas com especial incidência
na África, na Ásia e América do Sul. Por outro lado, o Leste europeu vai
estendendo a passadeira vermelha a novas oportunidades, com destaque para a
Ucrânia, que – ao fazer a sua opção pró União Europeia – pretende ser muito
mais do que um simples Estado-tampão entre a expansão da NATO e a contenção da
Rússia. Destaque ainda para a triste realidade da Birmânia/Myanmar, que a China
e a Índia não querem ver – embora por motivos diferentes – e que os EUA, em
nítida fase de reagrupamento de forças pós Afeganistão e numa fase crítica de
alocação de recursos para enfrentar a pandemia e a crise económica, pretendem
manter em banho-maria até a um momento mais «oportuno».
O
novo «centro» do mundo:
Indo-Pacífico e a posição geoestratégica da «plataforma» Australiana. Alta expetativa para observar o «cerco» ao poderio da RP da China.
António
Bondoso
Dezembro
de 2021.
1 comentário:
Com uma espreitadela aos quatro cantos do mundo, eis que António Bondoso nos traz uma análise equilibrada e assertiva dos seus pontos centrais do momento. Subscrevo!
Enviar um comentário