2021-12-27


FIGURAS E ACONTECIMENTOS DE 2021 – APENAS UMA VISÃO…ou de como cada olhar tem uma alma diferente, manipulando números e situações a seu bel-prazer. 


António Guterres com Papa Francisco

Pandemia e tudo à volta.

Nova fase de alta pressão no SNS.

Inevitável dissolução da AR, depois do chumbo do OE, vítima de mais uma «coligação negativa» PSD, CDS/PP, BE, PCP.

O triste e intemporal «sebastianismo» português, que muitos tentaram colar ao Almirante Gouveia e Melo e mais uns quantos – com a sua falta de visão – insistem em oferecer de bandeja à «extrema-direita».

Perda de Desmond Tutu – o lutador sorridente na África do Sul.

Afirmação do Papa Francisco – com intervenções de longo alcance social e político.

Fenómenos sul-americanos:

Da eleição peruana de Pedro Castillo – um modesto professor primário que enfrenta as armadilhas dos tubarões da política – à nova vitória da esquerda chilena. Será que assistiremos a um novo 11 de Setembro?


Desmond Tutu

António Guterres:

Enfrentou a estupidez de Trump (ONU, OMS, Clima, erros Afeganistão, Síria, Iraque, Curdos) e depois dos dramas dos Refugiados e dos migrantes, o cenário da Pandemia do SARS-Cov2 agravou a economia, a miséria e a fome. Mas Guterres não saiu de cena e tem levado a sua luta ao extremo.

Vacinação em Portugal e suas consequências:

Ser «Grande» é ter conseguido uma taxa de vacinação fora do comum para um país com a nossa dimensão. E ainda ser solidário – nomeadamente com os povos de língua portuguesa; Ser «Grande» é ter posto o país a crescer de novo, sem o deixar “bater no fundo”, sem cortar nas reformas e subir o salário mínimo; ser «grande» é conseguir, depois da pior crise sanitária e financeira da história moderna do país, voltar a diminuir o défice e voltar a ter um excedente no terceiro trimestre de 2021; ser «Grande» é proteger a TAP quando já (quase) nada nos pertence – nem a água, nem a energia – uma parte essencial da soberania perdida.

Os média e o mau serviço que têm prestado ao país:

E vou apenas falar da manipulação vergonhosa dos números relativos à vacinação (uma leitura enviesada das percentagens da dose de “reforço”), que ainda há dias estiveram em destaque na RTP1 – o canal público que todos continuamos a sustentar e que, por isso, merecia mais seriedade e mais competência. Registo a maléfica aproximação à CMtv. Não é sério pretender comparar os valores da Áustria e de Portugal, dizendo que o país está em 11º lugar enquanto a Áustria ocupa o 1º, sem referir que – enquanto Portugal tem uma taxa de vacinação total de 88%, a Áustria apenas atinge os 71,4%. Será difícil entender a forçosa necessidade do «reforço» por parte dos austríacos? Não é de espantar, por isso, que eles tenham acelerado o reforço para os 38%, enquanto Portugal se situa nos 23,5%. É este tipo de informação enviesada que é preciso desmascarar. 


Central Termoelétrica do Pego

Agressões Climáticas:

Por mais «cimeiras» que se realizem, o drama já não vai ter solução a tempo do anúncio do chamado «ponto de não retorno». A sobrepopulação «pisou» a economia e as necessidades crescentes nas últimas décadas arrasaram com os recursos do nosso planeta. E sabe-se que «este» planeta não é infinito. Registe-se, contudo, o encerramento das centrais a carvão em Portugal.

Conflitos Armados:

As “Guerras por Procuração”, que proliferaram durante a 1ª Guerra Fria, estão de novo a ganhar potencial um pouco por toda a parte, mas com especial incidência na África, na Ásia e América do Sul. Por outro lado, o Leste europeu vai estendendo a passadeira vermelha a novas oportunidades, com destaque para a Ucrânia, que – ao fazer a sua opção pró União Europeia – pretende ser muito mais do que um simples Estado-tampão entre a expansão da NATO e a contenção da Rússia. Destaque ainda para a triste realidade da Birmânia/Myanmar, que a China e a Índia não querem ver – embora por motivos diferentes – e que os EUA, em nítida fase de reagrupamento de forças pós Afeganistão e numa fase crítica de alocação de recursos para enfrentar a pandemia e a crise económica, pretendem manter em banho-maria até a um momento mais «oportuno».

O novo «centro» do mundo:

Indo-Pacífico e a posição geoestratégica da «plataforma» Australiana. Alta expetativa para observar o «cerco» ao poderio da RP da China.  


                                                                O novo «centro» do mundo

António Bondoso

Dezembro de 2021. 




 

1 comentário:

Simões disse...

Com uma espreitadela aos quatro cantos do mundo, eis que António Bondoso nos traz uma análise equilibrada e assertiva dos seus pontos centrais do momento. Subscrevo!