2018-06-14


ANTÁRCTIDA –  JÁ LHE CHAMEI «O ÚLTIMO REFÚGIO»
Agora, que se volta a falar do Continente Gelado e do Futuro do Planeta, recordo que HÁ 10 ANOS, elaborei um pequeno trabalho académico sobre aquela região do mundo, sobretudo tendo em conta o que agora se designa por Nova Geopolítica. E escrevi, na introdução, o texto que segue, recordando o que salientou  o filósofo político LOUIS POJMAN : «A poluição do ar e da água tende a espalhar-se indiferente a fronteiras políticas. Por exemplo, o ar contaminado pela explosão nuclear de Chernobyl deslocou-se para ocidente na direcção da Suécia, França, Itália e Suiça. Uma camada de ozono cada vez mais esgotada sobre o Antárctico, torna todas as pessoas vulneráveis à radiação ultravioleta que provoca o cancro».   
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«A Antárctida – o último continente a ser descoberto – tem uma área de 14 milhões de Km2 e representa 10% da superfície dos continentes emersos. Outrora submetido a um clima tropical, o continente está hoje praticamente coberto por uma enorme calote glaciária, cuja espessura pode atingir 4700m, e possui 90% das reservas de água doce do nosso planeta. E tendo em consideração os jazigos de ferro, cobre, carvão, níquel, crómio, cobalto, titânio, urânio, zinco, ouro, prata, platina e petróleo – é apontado como muito promissor o potencial mineiro da Antárctida.





                   Tendo em conta que o “aquecimento global” é um tema que vem ganhando enorme relevância de há uns anos a esta parte – sobretudo pelas ligações colaterais que influenciam a política e a economia mundiais (não será um acaso da História a recente atribuição do Nobel da Paz a Instituições e a Figuras das áreas da Ecopolítica e da Investigação ambiental) – o Continente Gelado tem sido apresentado como a “última fronteira” da exploração de recursos decisivos para a sobrevivência do nosso planeta, mesmo sabendo que as “reservas” são diminutas.
                   Quer seja pelas difíceis condições de vida, quer seja pelo óptimo campo de investigação científica – a Antárctida tem conseguido ser protegida das ambições e agressões humanas, graças a um entendimento internacional consubstanciado num Tratado (datado de 1959) que define o Continente como uma zona a ser utilizada unicamente para fins pacíficos. No Atlas de Relações Internacionais, dirigido por Pascal Boniface, diz-se que a Antárctida “fornece, portanto, o modelo perfeito das relações internacionais pacíficas”. Contudo, recentemente, a Grã-Bretanha reclamou, na ONU, direitos de soberania para extracção de reservas de gás, minerais e petróleo – atitude de imediato contestada pelo Chile e Argentina.
                   Independentemente do desenvolvimento deste problema, o trabalho vai tentar responder a uma simples questão de partida: - será a Antárctida, para além da já referenciada “última fronteira”, também o “último refúgio” da humanidade?
                   Com esse objectivo, estabelecemos três capítulos, para analisar a história do continente e a sua importância política e científica- consubstanciada no Tratado de Washington de 1959; fazer o enquadramento geopolítico da região numa perspectiva da Eco política – uma das fases da arquitectura da nova geopolítica que salienta a globalidade dos direitos humanos e, por último, uma breve referência ao pensamento português sobre a Antárctida – destacando as ideias de Soromenho Marques, para quem a eco política ultrapassa uma simples política de ambiente.
                   Um tema complexo que obrigou a um aturado trabalho de pesquisa e que exigiu muita disponibilidade.»
António Bondoso
Jornalista
Junho 2018. 
NOTA: - Se pretender ler o TRABALHO COMPLETO, de 2008, 23 de Março, pode consultar:
https://palavrasemviagem.blogspot.com/2017/03/agua-um-direito-fundamental-proposito.html



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