2019-11-11


A ILHA É UMA LUPA…ou de como Maria José Nazaré amplia o substrato de uma ILHA CORAÇÃO, abrindo janelas de emoções por onde saem pessoas de sentimentos diversos, de realidades diferentes, nas ilhas do «Meio do Mundo» ou do «Chocolate», que o mesmo é dizer S. Tomé e Príncipe.  


A autora sabe – recorda e escreveu – que «Há momentos levados pelas rajadas do vento». E foi esse vento, não só mas também, que a levou para fora da «ilha» e a fez enfrentar outros mares revoltos e novas tempestades. Mas isso – e aí reside a força do seu sentir – não impediu a ligação às raízes: a magia e o ritmo do «Batuque» que a transportam para outras dimensões; as «Canções de embalar», as lavadeiras de «Amor fragmentado», a magia das crianças em «Quadra Natalícia», o exemplo – à boa maneira africana – de «Mamã Carlota», a defesa da família tradicional em «Nunca é a mesma coisa».
D. Manuel Martins entendia que «uma das grandes condições para entender a vida é ser poeta». Direi que Maria José Nazaré – tal como Federico Garcia Lorca – tem muito a ver com a ideia de que «a poesia é união de duas palavras que ninguém poderia supor que se juntariam e que formam algo como um mistério». Obrigado Maria José por ter vindo acrescentar coisas novas à literatura de S. Tomé e Príncipe.
         E mesmo sem lupa, atrevam-se a descobrir todos os mistérios nos textos de Maria José Nazaré.
         A obra vai ser apresentada pelo amigo e camarada Abílio Bragança Neto, no dia 20 de Novembro, pelas 18h30, no espaço UCCLA – Av. Da Índia, nº110, em Lisboa. O evento será abrilhantado pela atuação da IGNISTUNA – Tuna Académica do Lumiar. 



António Bondoso
Jornalista
Novembro de 2019. 


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