2019-11-05


HONG KONG (II) – DE VENCEDOR ECONÓMICO A DERROTADO POLÍTICO? Ou de como a RP da China vai estendendo o seu manto de «império do meio» ou, se preferirem, de um milenar, ambicioso, paciente e calculado «imperialismo silencioso».


No Capítulo I, ontem publicado, apresentei-vos a Introdução de um breve trabalho académico datado de há 10 anos. Hoje apresento-vos a conclusão, sabendo que – pelo meio – ficam as evidências económicas e financeiras da (ainda) pujante RAEHK e muitas dúvidas políticas, nomeadamente sobre os preceitos da Lei Básica.  

         CONCLUSÃO

         Sendo inquestionável a pujança económica e financeira da Região Administrativa Especial de Hong Kong – RAEHK – apesar da presente crise, a questão das reformas políticas é vista com muitas reservas e tem sido merecedora de críticas. O impasse na instauração do sufrágio universal, tal como previsto na Lei Básica, não tem agradado à maioria da população, tal como à imprensa internacional, à União Europeia, a diversas ONG presentes no território e aos vizinhos de Taiwan. A “ilha” – o último elo da engrenagem para a unificação da mãe-pátria, formando o que os analistas económicos chamam de “Grande China” – esperava já ter conseguido maiores apoios para “impor” a sua experiência democrática no desenvolvimento do processo de reunificação. A expectativa criada com a criação das Regiões Administrativas Especiais no delta do Rio das Pérolas não teve ainda a expressão desejada.
         E, de acordo com um relatório do “Trade Development Council” já do ano de 2001 – citado em 2004 pela Agência Fides [da Congregação para a Evangelização dos Povos] – o debate sobre o futuro de Hong Kong         poderá estar centrado sobretudo no “suposto antagonismo com a cidade chinesa emergente de Xangai”. O documento do TDC dizia em 2001 que estava a difundir-se, entre os agentes locais, o temor de que Xangai pudesse ocupar o lugar como hub de primeira grandeza da região asiática. A cidade chinesa, de facto, tem crescido a um ritmo impressionante e – em 2010 – vai ser palco da grande EXPO.
         Contudo, a Agência Fides [cruzando informações das Câmaras de Comércio Italiano no exterior] afirma que Hong Kong goza de uma série de vantagens notáveis, relativamente à RPC – nomeadamente um sistema legal completo e operativo, um mercado livre e competitivo sem interferência do Estado – o que lhe permitirá conquistar o difícil mercado chinês. Mas esta evidência, não afasta por inteiro os temores relativamente à grandeza e imponência de Xangai.
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António Augusto Bondoso, Abril de 2009.
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António Bondoso
Novembro de 2019.

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