2020-04-15


A CRISE SANITÁRIA E O «TUGA» ESPECIALISTA…
Quando não há certeza de coisa alguma e tudo evolui ao minuto, o ruído dos números divulgados publicamente ao nível micro não ajuda a uma clara e correta – tanto quanto possível – perceção da realidade.
         E a propósito de uma tão estranha quanto honrosa reação a uma legenda/rodapé de uma estação de televisão, na qual o inserçor de carateres é o menos responsável pelos eventuais erros que vão acontecendo, vale a pena destacar dois aspetos: 1 – ser obrigatório o recurso ao corretor ortográfico para os que trabalham com o inserçor de caracteres e fundamental a «revisão», por outros olhos, de tudo o quanto ali se escreve. 2 – depois da «indignação», alguém se lembrou de tentar perceber as razões dos números tão elevados na região norte sobre a Covid-19? Vale a pena refletir. Dos 18.091 casos confirmados hoje, muito mais de metade situam-se na região norte = 10.751! Aliás, o norte – só por si – absorve todos os casos de todas as outras zonas do país. E dos 599 mortos, bem mais de metade aconteceram na mesma região. Quais as razões? Há diversas e todas elas devem ser equacionadas.
         E não será igualmente oportuno questionarmo-nos sobre um tão elevado número de casos suspeitos? Mais de 150 mil, dá que pensar. É assustador! Deixemos, por isso, que os verdadeiros especialistas se concentrem na análise do processo. Tenho a certeza de que o estão a fazer. Mas, se cada um no seu quintal, pretender colocar um grão na engrenagem, seguramente que a tarefa só vai complicar.
         Deixo-vos esta sugestão. É um exercício muito interessante, ajuda a passar o tempo e auxilia os neurónios: Tentem fazer todas as conjugações possíveis. Podem combinar qualquer expressão inserida na primeira coluna com as das outras e na ordem 1, 2, 3, 4. As variações possíveis são cerca de 10 mil. O quadro permite ao «manipulador» falar ininterruptamente por mais de 40 horas, sem dizer absolutamente coisa alguma. Ora tentem…


António Bondoso
Abril de 2020. 

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