Diz
a minha agenda das Edições Esgotadas que hoje é o Dia Internacional do Livro
Infantil e o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.
Como
tenho saudades da Banda Desenhada do Major Alvega!
Mas
quero apenas lembrar que fui tendo a oportunidade e o privilégio de ir
escrevendo e publicando livros. Da mais diversa temática, da Poesia à Prosa, do
Ensaio às Teses Académicas, vindos à luz do dia por meio de Editoras ou mesmo
em «Edições de Autor», não esquecendo a participação em Diversas Coletâneas
como a Poiesis, da Editorial Minerva, a Mangwana ou Rio dos Bons Sinais, do
CEMD – Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora – e também Palavras de
Cristal, da Modocromia.
Escrevi
notícias e elaborei programas de Rádio ao longo de 40 anos. Mas, em 1999,
circunstâncias diversas levaram-me à Poesia, em Macau. Foi o primeiro livro, titulado
Em Macau Por Acaso, mas talvez não tenha sido assim tão por acaso. Alguns
amigos, a ocasião, o ambiente, a ambiência…ajudaram a produzir o conjunto:
António Cardoso Pinto, Helder Fernando, Estima de Oliveira, António Correia,
foram talvez os principais responsáveis. A todos eles estou imensamente grato.
Na
esteira da inspiração, sobretudo da transpiração…foram aparecendo muitos, felizmente,
dos quais pretendo apenas salientar hoje dois – resultado de um enorme trabalho
de investigação e de pesquisa.
ESCRAVOS
DO PARAÍSO (Esgotado), de 2005, com a MinervaCoimbra, um relato abrangente de
vivências de S. Tomé e Príncipe que percorre parte do trajeto da violência da
Escravatura e dos serviçais contratados para as roças, ora no «ciclo da cana do
açúcar», ora no «ciclo do cacau», permitindo enquadrar episódios reais e
testemunhos na primeira pessoa, do tempo mais recente do longo «ciclo da
colonização portuguesa» nessas ilhas encantadas do Golfo da Guiné. Digo ainda
que é «uma viagem profunda à intimidade dos afetos e da paixão pelas ilhas de
S. Tomé e do Príncipe, inventadas por Deus e abençoadas pela natureza africana.
Dos que viveram e daqueles que ainda permanecem no coração das “Ilhas do Meio
do Mundo”, são-nos também revelados sentimentos de desilusão e de mágoa pelas
dificuldades surgidas nos caminhos da afirmação da Independência e,
simultaneamente, de uma eterna esperança no futuro do novo país. Enquanto se
vai esperando pelo «ciclo do petróleo», a governação tem apostado no turismo
mas esquece as pescas, e a agricultura é o parente atribuladamente pobre».
O
PODER E O POEMA (ainda disponível), de 2012, com as Edições Esgotadas, é
simultaneamente um ensaio e um canto de protesto e de revolta, que foi ao
passado – recente e longínquo – buscar ensinamentos e conforto para enfrentar e
ajudar a ultrapassar os problemas do presente e os desafios do futuro. Cito Luís
Veiga Leitão – “Dizem que os poetas são o sal da terra. Hoje, como nunca,
necessários são para que o mundo não apodreça mais ainda” – e o mais
recentemente desaparecido Pedro Barroso: “Este livro não é apenas um livro de poesia, é sobretudo um livro/ensaio
sobre as odes à revolta que foram surgindo ao longo da história”.
António Bondoso
2 de Abril de 2020.
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