O ESPÍRITO «DELORS» MORREU...por 100 mil milhões!
DA MAL CONSEGUIDA “NOVA HOLANDA”, NO BRASIL, AO SUCESSO NO CERCO A MALACA, os Holandeses ainda tiveram o dissabor de nunca terem conseguido tomar Macau pela força. E agora…o confronto retomado na UE usufruindo de uma situação de privilégio, quase «paraíso fiscal», para impor uma ditadura de minorias.
DA MAL CONSEGUIDA “NOVA HOLANDA”, NO BRASIL, AO SUCESSO NO CERCO A MALACA, os Holandeses ainda tiveram o dissabor de nunca terem conseguido tomar Macau pela força. E agora…o confronto retomado na UE usufruindo de uma situação de privilégio, quase «paraíso fiscal», para impor uma ditadura de minorias.
Tenho
e tive a felicidade de viver e trabalhar em duas cidades com lemas e bandeiras
de Liberdade. No Porto – esta «Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade»
e em Macau – essa que foi a «Cidade do Santo Nome de Deus, Não Há Outra Mais
Leal», honra concedida
pelo rei português D.
João IV, em 1654.
Macau,
que foi a única cidade onde nunca foi hasteada a bandeira castelhana durante o
domínio “filipino”, foi igualmente a cidade que os holandeses/neerlandeses
nunca conseguiram dominar, apesar de tentativas várias em 1601, 1603 e 1607 –
sendo a mais vigorosa a de 1622, na qual tiveram a ajuda de mercenários
bandaneses e japoneses. E foi nesta em que as perdas foram mais significativas.
Macau venceu – e com isso conseguiu ainda segurar o domínio castelhano nas
Filipinas – mas em 1639 os japoneses expulsaram os portugueses e Malaca caiu em
1641. Estabelecidos na ilha de Java, os
holandeses fizeram de Malaca – grande centro de comércio português na Península
da Malásia e em todo o Sudeste Asiático – um alvo prioritário dos seus ataques.
Ao mesmo tempo assediavam a navegação lusa que cruzava os Estreitos de Malaca e
de Singapura. Como as relações entre Malaca e Manila, mesmo durante a União
Ibérica, nunca permitiram a organização de uma frente comum contra os
holandeses, estes acabariam por conquistar a «praça».
Apesar disso, ainda hoje – 380 anos depois – existe
o “Bairro Português de Malaca” onde se fala o que se designa por “Papiá
Kristang”, um crioulo de base portuguesa.
O
Nordeste do Brasil – Pernambuco – foi outro dos alvos neerlandeses. Através da
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, foi uma luta pelo controlo do
açúcar, bem como das fontes de suprimento de escravos. A resistência foi
caracterizada por um esforço financeiro e militar baseado em recursos locais e da
metrópole. Apesar da razia de Olinda – que se reergueu com grande pujança
cultural e arquitetónica – e do saque do Recife, que envolveu o almirante
inglês James Lancaster, os holandeses seriam derrotados em 1654 depois da Batalha de Guararapes, que alguns historiadores classificam como
um «marco do nativismo».
A
que propósito tudo isto? Apenas para salientar que uma UE a 27 não pode estar
refém seja de quem for, impedindo uma resposta urgente à crise. Que não é
financeira. Só quem andou distraído, a partir de 2015, pode levantar suspeitas.
E é que…também já não estamos no tempo da Companhia das Índias Ocidentais – ou Orientais
– que tudo pretendiam controlar.
Talvez do próximo «Conselho Europeu», se
sobressaírem líderes com visão e capacidade de persuasão, possamos vir a dizer
constituir igualmente um marco do levantamento da «Europa empenhada e
comprometida» numa verdadeira “união”, contra a mesquinhez da Holanda e dos
seus aliados circunstanciais como a Áustria, Suécia, Dinamarca e Finlândia. Em boa
verdade, o facto de recusarem o «bolo» decisivo da ajuda financeira e
económica…não eliminará o «risco» dos “direitos humanos” na Polónia e na
Hungria. Tal como todas as hesitações e ziguezagues até hoje desenvolvidas
contra a Turquia a conseguiram fazer alinhar com os desejos europeus. E foi pena!
Infelizmente, não temos tido «altos» líderes capazes de derrotar os países
«baixos».
António Bondoso
20 de Julho de 2020.
1 comentário:
Uma grande lição de História.
Obrigada
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