PARA QUE HAJA ESPERANÇA...
Numa imagem despida de acessórios dispensáveis
Nem a vaca nem o burro
Nem qualquer fardo de palha,
Maria, José e o Menino
Enfrentavam chuva e frio
Debaixo de um velho pinheiro
Pois já não havia estábulo em tão distante caminho.
E a aragem fresca da noite
Quase gelava o cenário de natureza bem simples.
Uma Família comum
De alegria enriquecida
Procurava proteger de um mundo tão egoísta
O sentimento mais nobre
Que o Natal empresta à Vida:
a condição de nascer
sem marca de igual destino
não determina o carácter
nem separa por princípio.
Só um mundo sem razão
A fugir para o abismo
Alimenta a ideia morta de uma árvore despida
Poder servir de refúgio
Ou sequer de proteção
A tantos homens perdidos na busca da salvação.
Mas o milagre persiste
E renova em cada ano
Uma heroica tarefa de fazer acreditar
Ser possível encontrar nos ramos nus de folhagem
A Luz que sempre guiou
Esse Menino nascido com o poder do perdão.
====A.Bondoso (A Publicar)
António Bondoso
Jornalista
Sem comentários:
Enviar um comentário