2015-12-15

PARA QUE HAJA ESPERANÇA...



PRESÉPIO DESPIDO ( A Publicar).

Numa imagem despida de acessórios dispensáveis
Nem a vaca nem o burro
Nem qualquer fardo de palha, 
Maria, José e o Menino
Enfrentavam chuva e frio
Debaixo de um velho pinheiro
Pois já não havia estábulo em tão distante caminho.

E a aragem fresca da noite
Quase gelava o cenário de natureza bem simples.

Uma Família comum
De alegria enriquecida
Procurava proteger de um mundo tão egoísta
O sentimento mais nobre
Que o Natal empresta à Vida:
a condição de nascer
sem marca de igual destino
não determina o carácter
nem separa por princípio.

Só um mundo sem razão
A fugir para o abismo
Alimenta a ideia morta de uma árvore despida
Poder servir de refúgio
Ou sequer de proteção
A tantos homens perdidos na busca da salvação.

Mas o milagre persiste
E renova em cada ano
Uma heroica tarefa de fazer acreditar
Ser possível encontrar nos ramos nus de folhagem
A Luz que sempre guiou
Esse Menino nascido com o poder do perdão.
====A.Bondoso (A Publicar)


António Bondoso
Jornalista

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