2019-12-02



CONSULADO DE STP na Região Centro de Portugal transferido de Coimbra para Cantanhede.



“Portugal tem que chegar primeiro a S. Tomé e Príncipe”…ou de como a inauguração de um Consulado em Cantanhede coloca as relações entre os dois Estados e Povos já a um nível de «relações familiares».

         A ideia foi hoje cimentada pelo Embaixador de STP em Lisboa, Dr. António Quintas do Espírito Santo, no ato da inauguração das novas instalações do Consulado Honorário daquele país para a região centro de Portugal em Cantanhede, substituindo a localização de há muitos anos em Coimbra. Razões de «proximidade» entre a «missão» e a residência do Cônsul levaram à mudança. José Diogo vai agora ter como vice-cônsul a Senhora Maria de Fátima Loureiro.

          A cerimónia da inauguração das novas instalações, junto ao Quartel dos Bombeiros, começou no exterior com os hinos de Portugal e de S. Tomé e Príncipe, acompanhando o momento do hastear da Bandeira daquele país africano de língua oficial portuguesa. Já no interior, o Padre Miranda procedeu à bênção do espaço, referindo ser um lugar de acolhimento daqueles que pretendem viver aqui, depois de terem saído da sua terra para procurar uma nova esperança. 



         A Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, recordou as excelentes relações de há muitos anos com STP e disse que esta nova situação valoriza e reforça as relações de cooperação, referindo a disponibilidade do município – nomeadamente para a formação de quadros daquele país em vários domínios de atividade. José Diogo agradeceu mais uma vez o apoio da autarquia, particularmente no decorrer da EXPOFACIC, e destacou satisfação pela presença do Embaixador António Quintas. Na resposta às intervenções anteriores, o diplomata são-tomense realçou o facto de ser este novo espaço uma plataforma estratégica para todos os cidadãos de STP na «diáspora», mas também para os cidadãos portugueses que pretendam deslocar-se em turismo ou em negócios ao seu país – nomeadamente aqueles que no século passado nasceram, viveram e trabalharam nas Ilhas do Meio do Mundo. Esses, disse António Quintas, «também pertencem à diáspora são-tomense», frisando que Portugal é um espaço aberto à multiculturalidade e que as «relações familiares» já ultrapassam as normais relações institucionais entre os dois Estados.

          Salientando que é necessário passar o relacionamento entre os dois Estados para outro nível, as autarquias – o Poder Local menos burocrático – surgem como um fator estratégico, pois as relações diplomáticas não podem ser um peso. É preciso animar os negócios entre os países e os povos. Os empresários são fundamentais e Portugal, devendo chegar primeiro, tem que mostrar interesse nos concursos internacionais já abertos ou a abrir naquele país africano, exatamente para poder marcar a diferença! Concretamente nos setores da Formação, da Construção Civil, do Turismo e da Cultura. 

         Por último – e antes de rumar ao Porto para acompanhar a Ministra dos Negócios Estrangeiros numa missão de captar investimento – o Embaixador António Quintas agradeceu a particular dedicação do Cônsul José Diogo, figura ímpar ao longo de muitos anos, contribuindo de forma intensa para elevar o nome de S. Tomé e Príncipe, antes de convidar a Presidente da C. M. de Cantanhede, Helena Teodósio, a visitar o país para melhor conhecer as oportunidades de STP.

António Bondoso
Jornalista

2 de Dezembro de 2019. 


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